A construção do fato pelo discurso midiático: o caso do atentado a bomba no Aeroporto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Sá Barreto dos Santos, Francisco
Orientador(a): Duarte Gomes da Silva, Eduardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3561
Resumo: Em 25 de julho de 1966, uma bomba explodiu no Aeroporto dos Guararapes, em Recife. Os jornais pernambucanos em circulação naquela época Jornal do Commercio e Diário de Pernambuco cobriram o evento com perplexidade e raiva teoricamente incomuns na construção da notícia. A passagem ficaria conhecida como O Atentado da bomba do Aeroporto . Quase dois anos e meio depois, em dezembro de 1968, dois jovens engenheiros foram apresentados pela polícia como responsáveis pelo planejamento e execução daquele atentado. Os jornais consolidaram a versão policial como uma verdade erguida sobre uma sociedade já violentada pelo regime militar , que edificou um perfil público perturbador para os dois acusados. Este trabalho propõe a leitura dos conceitos de verdade, acontecimento e fato a partir do caso apresentado acima. A imprensa escrita, corpo observado nesta pesquisa, tem a capacidade de articular realidades sociais, edificando, portanto, verdades e o que deve ou não se tornar fato. Entre o acontecimento e a reprodução da informação a elaboração da notícia , existe a construção de novas realidades e, portanto, de novas verdades sobre um fato. A pergunta que norteia o problema científico instituído por essas observações é a seguinte: De que maneira o discurso midiático é capaz de edificar interpretações de uma realidade a ponto de mudar a noção de verdade sobre um fato? Para respondê-la, dividimos este trabalho em três capítulos. Em um primeiro estágio, discutimos o tema da construção da verdade, do fato e do acontecimento. No segundo capítulo, debatemos o atentado ancorado em uma memória construída socialmente. Na terceira, e última, parte, o tempo é o conceito utilizado para observar as mutações e permanências do atentado, sua duração. Por fim, nas considerações finais, observamos as categorias de vida de um atentado ecoado por um ambiente midiático, uma bomba noológica