O clítico SE no português brasileiro : construções ambíguas entre as interpretações passiva e indeterminada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SOUZA, Josicléia Gomes de
Orientador(a): SIBALDO, Marcelo Amorim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Letras
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37796
Resumo: No português brasileiro (PB), o clítico SE pode assumir diversas funções, entre elas as funções de apassivador e indeterminador, apresentando, em algumas ocorrências com estas funções, ambiguidade de interpretações. Diante de tal caráter ambíguo, o presente trabalho objetiva analisar a aceitabilidade de falantes nativos do PB diante de sentenças ambíguas com o clítico SE, cuja interpretação poderia ser de uma leitura passiva ou indeterminada. Para tanto, foi elaborado e aplicado um teste de julgamento de aceitabilidade com 30 participantes. 15 do Ensino Médio e 15 do curso de Música da capital pernambucana. O julgamento foi feito a partir da escala Likert via google docs. O experimento foi composto por 10 sentenças experimentais com verbos transitivos diretos e bitransitivos, entre elas sentenças atestadas e, também formuladas. Para cada construção com o SE, foram apresentadas as duas possíveis interpretações e ambas foram julgadas. Partimos das seguintes hipóteses: (i) a posição enclítica do SE favoreceria a interpretação passiva e que (ii) a alta escolaridade também condiciona à leitura passiva. A presente pesquisa tem com referência a Teoria Gerativa, especificamente o quadro da Teoria da Regência e Ligação. Também adotamos os estudos de Chomsky (1986), Galves (1986), Nunes (1990). Através dos resultados, percebemos percentuais aproximados nas interpretações analisadas, contudo, no geral, a interpretação passiva foi a que obteve índices superiores. A nível de escolaridade, os participantes do curso de Música apresentaram percentuais mais elevado em todas as estruturas julgadas, tanto na interpretação passiva quanto na indeterminada. Ainda, identificamos que a posição do clítico em relação ao verbo pode influenciar a interpretação, uma vez que os resultados apontam para a possibilidade de a ênclise favorecer a aceitabilidade da interpretação passiva.