Caracterização química e avaliação da toxicidade e do potencial antimicrobiano do óleo essencial de Eugenia gracillima Kiaersk. (Myrtaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: GONÇALVES, Joelma Pessoa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38497
Resumo: Considerando a necessidade do desenvolvimento de novos compostos antimicrobianos, este trabalho teve como objetivo identificar a composição química, a citotoxicidade e o potencial antimicrobiano do óleo essencial das folhas de Eugenia gracillima Kiaersk. (Myrtaceae). O óleo essencial de E. gracillima (EgEO) foi obtido através do método de hidrodestilação em aparelho Clevenger e analisado quimicamente através da cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM). Todos os compostos identificados no EgEO pertencem a classe dos sesquiterpenos (97,02%). A citotoxicidade do EgEO avaliada em eritrócitos e em linhagens de células tumorais, demonstrou baixo percentual de hemólise nas concentrações testadas (% de hemólise: 0,29 – 10,47%) e elevado potencial inibitório para as linhagens de células tumorais (CI50: 10,8 – 35,0 µg/mL). A atividade antimicrobiana do EgEO foi avaliada frente a linhagens padrão e multirresistentes dos patógenos oportunistas de interesse clínico Staphylococcus aureus e Candida glabrata. EgEO apresentou atividade inibitória contra todas as linhagens de S. aureus (CMI: 0,01 – 1,84 mg/mL) e C. glabrata (CMI: 0,92 – 3,68 mg/mL) testadas, atividade bactericida contra sete linhagens de S. aureus (CMB: 0,05 – 1,84 mg/mL) e atividade fungicida contra três linhagens de C. glabrata (CMF: 0,92 – 3,69 mg/mL). EgEO reduziu a biossíntese do pigmento carotenoide estafiloxantina (STX) nas linhagens de S. aureus testadas, sugerindo que o óleo possui também atividade antivirulência. Nos ensaios in vivo, Tenebrio molitor L. (Coleoptera: Tenebrionidae) foi utilizado como organismo modelo e a dose letal (DL) foi determinada para diferentes estágios de desenvolvimento do inseto. Além disso, o desenvolvimento de T. molitor foi avaliado após aplicação de doses sub-letais de EgEO em indivíduos no último estágio larval do ciclo de vida. EgEO apresentou baixa toxicidade (DL50: 4,55 – 5,98 e DL90: 13,60 – 17,10 mg/mL) e não induziu alterações morfológicas em T. molitor. O mesmo organismo foi utilizado como modelo de infecção in vivo para avaliar o potencial antimicrobiano do EgEO frente a S. aureus e C. glabrata. EgEO demontrou potencial para tratar a infecção causada por cepas padrão de S. aureus (Concentração de EgEO: 4,612 mg/mL) e C. glabrata (Concentração de EgEO: 2,302 mg/mL), sugerindo que os mecanismos de resistência desenvolvidos ao longo do tempo pelas linhagens clínicas sejam favoráveis nas condições in vivo. Este estudo demonstrou pela primeira vez que o óleo essencial das folhas de E. gracillima apresenta uma composição rica em sesquiterpenos, baixa toxicidade, além de potencial antitumoral e antimicrobiano frente a linhagens padrão e multirresistentes de patógenos oportunistas de interesse clínico.