Eletromiografia de superfície durante a deglutição de pacientes com doença de parkinson nas fases On e Off

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Silva, Douglas Monteiro da
Orientador(a): Lins, Otávio Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12484
Resumo: Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença degenerativa e progressiva do sistema nervoso central, caracteriza-se pela perda neuronal de células dopaminérgicas do mesencéfalo. Resultando em sinais e sintomas motores e não motores característicos. A mortalidade e a morbidade da DP estão frequentemente associadas à disfagia. Os pacientes com DP são tratados com Levodopa, cuja ação sobre os sintomas motores na DP são bem descrito na literatura, entretanto a ação da droga nas alterações da deglutição na DP ainda não está clara. Objetivo: Comparar os eletromiogramas do grupo de músculos da região supra-hióidea durante a deglutição de sujeitos com DP nas fases on e off. Materiais e Métodos: Trata-se de um estudo analítico, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Humanos. A população do estudo foi composta por 29 sujeitos de ambos os gêneros, com idade entre 42 e 78 anos, sendo destes, 17 sujeitos com diagnóstico de DP idiopática, nos estágios de 1 a 3 da escala de Hoehn & Yahr (HY) e 12 sujeitos normais controles. O equipamento utilizado foi eletromiógrafo de superfície de 4 canais da EMG System do Brasil, modelo EMG 400c, onde o sinal captado pelos eletrodos foi amplificado (2000 vezes), filtrado (passa-alta 20 Hz, passa-baixa 500 Hz) e digitalizado (8 KHz, 2 KHz por canal). Realizou-se a eletromiografia de superfície da musculatura supra-hióidea dos sujeitos parkinsonianos e normais, sendo oferecido 3 ml e 10 ml de água e iogurte. Cada volume em cada consistência foi repetido cinco vezes. Nos sujeitos parkinsonianos o exame foi realizado na fase “off”’ e depois repetido na fase “on”, com intervalo de 1 hora entre os exames. A caracterização da população do estudo foi feita através da escala de HY e Unified Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS). A avaliação com a UPDRS possibilitou dividir a amostra em três tipos clínicos: tremulantes, rígidos-acinéticos e mistos. A comparação entre amplitude e número de deglutições em partes das EMGs de sujeitos normais e com DP foi feita através do teste de Mann-Whitney U, enquanto que para a variável duração utilizou-se o teste T independente. Para análise dos resultados dos tipos clínicos foram realizadas medidas de tendência central e de dispersão e freqüência. Resultados: A amplitude das EMGs de sujeitos normais foi significativamente maior do que as dos pacientes com DP (off) apenas para consistência água. Enquanto que a duração das EMGs é significativamente maior na deglutição de 3 ml de água e iogurte em pacientes com DP (off). Entretanto após o uso da Levodopa pelos pacientes com DP, as diferenças significativas desaparecem para ambas as variáveis. Também se verificou que na fase off 50% à 60% dos sujeitos com DP apresentaram deglutições em partes em pelo menos um dos volumes e consistências oferecidas. Enquanto que na fase on este percentual passou a ser de 20 % à 50% dos sujeitos. A deglutição em partes foi observada em 8% à 25% dos sujeitos normais. Houve uma diferença significativa entre a média de deglutições em partes de normais e parkinsonianos, que persiste após a medicação em quase todos os volumes e consistências. Não houve diferenças significativas entre os parâmetros eletromiográficos das fases on e off da deglutição dos diferentes tipos clínicos da DP. Conclusão: Os eletromiogramas do grupo de músculos da região supra-hióidea em sujeitos com DP sofrem mudanças após administração de Levodopa, que parece influenciar o aumento da amplitude da deglutição de água e redução da duração da deglutição de menores volumes, aproximando as variáveis aos valores de normalidade. Entretanto não é capaz de diminuir de forma consistente o número de deglutições em partes. Os efeitos da medicação não se apresentam de forma clara nos diferentes nos tipos clínicos da DP.