AVALIAÇÃO CLÍNICA DA DOR NO PERÍODO DE WEARING OFF DE PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON EM TRATAMENTO COM LEVODOPA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Blood, Marcelo Rezende Young lattes
Orientador(a): Ferro, Marcelo Machado lattes
Banca de defesa: Miyoshi, Edmar lattes, Welling, Leonardo Christiaan
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Ciências Biomédicas
Departamento: Biologia Celular e Molecular, Fisiologia e Fisiopatologia
País: BR
Palavras-chave em Português:
Dor
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/192
Resumo: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa crônica e progressiva,apresentando-se com sinais e sintomas motores e não-motores. A dor é uma sintoma não-motor frequente que pode surgir anos antes dos sintomas motores. O interesse neste tema tem aumentado, porém ainda não há um consenso a respeito de seus mecanismos e classificação. Por outro lado, o fenômeno wearing off (WO) é uma complicação do tratamento da DP que surge após anos de utilização da levodopa. O WO é caracterizado pela redução do efeito terapêutico com o ressurgimento gradual dos sintomas parkinsonianos. A dor, durante o período de WO, parece estar relacionada aos baixos níveis de dopamina e a análise das suas características poderia auxiliar na compreensão da sua fisiopatologia em pacientes com DP, assim como em outros casos de dor crônica. Com este objetivo, foram selecionados 34 pacientes com diagnóstico de DP idiopática e em uso de levodopa. Estes foram submetidos a um exame neurológico e uma entrevista semiestruturada para o registro das características da DP, da dor, a presença de depressão e a capacidade de cognição. O diagnóstico do WO foi realizado através do Questionário de Wearing Off (WOQ-19) e pela diferença na parte III da Unified Parkinson Disease Rating Scale (UPDRS) nos períodos ON e OFF. Complicações do tratamento com levodopa foram avaliadas pela parte IV da UPDRS. A dor foi avaliada através do Questionário de Dor de McGill, uma escala multidimensional que avalia as dimensões afetivo/motivacional e sensitivo/discriminativa da dor. O diagnóstico da dor neuropática foi realizado através da Escala LANSS (Leeds assessment of neuropathic symptoms and signs).Apenas a dor mais relevante para o paciente e com o mínimo de três meses de duração (dor crônica) foram incluídas na análise. A presença de depressão foi avaliada através da escala de depressão de Montgomery-Asberg (MADRS). A dor crônica foi encontrada em 61,8% (n=21) dos pacientes, dos quais 47,6% (n=10) apresentavam dor durante o WO. A dor do tipo musculoesquelética e em membros inferiores foi a mais prevalente. WO foi encontrado em 82,3% (n=28) dos pacientes, o que demonstrou ser um fator de risco para o desenvolvimento de dor crônica (P=0,021). A pontuação na parte IV da UPDRS foi maior nos pacientes com dor crônica, sugerindo uma frequência maior de complicações do tratamento neste grupo (P=0,027). Não foram encontradas diferenças em relação às características clínicas da DP entre os grupos com dor no WO e com dor fora do WO. No grupo de pacientes com dor no WO, 90% (n=9) obtiveram alívio com a administração de levodopa,demonstrando a associação da dor com os baixos níveis de dopamina desse período.Os pacientes com d r no WO apresentaram pontuação mais elevada na dimensão afetivo/motivacional da dor (P=0,022), reforçando o papel da dopamina na percepção afetiva da dor.