Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
CORDEIRO, Dilian da Rocha |
Orientador(a): |
BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20160
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Resumo: |
Não raramente encontramos professores e pais preocupados diante da constatação de que seus alunos e filhos têm dificuldade de compreender o que leem. Por outro lado, diversas pesquisas (CAMPOS, BHERING, ESPOSITO, GIMENES, ABUCHAIM, VALLE; UNBEHAUM, 2011; TAGGART; SYLVA; MELHUISH; SAMMONS; SIRAJ-BLATCHFORD, 2011) têm evidenciado que a Educação Infantil de boa qualidade pode contribuir de forma significativa para a formação de leitores. Desta forma, a presente pesquisa buscou investigar a compreensão de leitura no âmbito da Educação Infantil. Mais especificamente, procuramos identificar quais concepções de leitura e de compreensão de textos norteavam o trabalho docente e que saberes as professoras revelavam acerca do ensino da compreensão de textos nesta etapa. Procuramos ainda identificar e analisar as atividades que, já na Educação Infantil, poderiam contribuir para o desenvolvimento da compreensão dos textos lidos para elas. Os sujeitos da pesquisa foram quatro professoras de duas redes municipais (Recife e Camaragibe) que atuavam na Pré-escola, ou seja, nos dois últimos anos da Educação Infantil. Para atingir os objetivos propostos utilizamos como instrumentos de investigação a entrevista semiestruturada e a observação da prática docente. Adotamos a análise de conteúdo temática categorial (BARDIN, 1977) para a interpretação dos dados. Os conhecimentos do campo da psicologia, que explicitam os processos mentais envolvidos na compreensão de textos (KINTSCH, 1998; OAKHILL; CAIN, 2004, 2011) e os estudos dos saberes docentes que analisam como os professores constroem e mobilizam os seus saberes em torno do ensino (SHULMAN, 1986; GAUTHIER et al., 2006; TARDIF, 2000, 2012) subsidiaram teoricamente a análise dos dados gerados. Evidenciamos que as professoras apresentavam uma concepção de leitura que não se restringia apenas ao domínio de um código linguístico. Assim, as docentes valorizavam, além das habilidades básicas de leitura (reconhecimento de letras, consciência fonológica e relação som-grafia), aspectos ligados ao desenvolvimento do gosto e do prazer de ler, fazendo referência às formações continuadas de que participavam. No que se refere à compreensão de textos, esta era, para as professoras, resultado de um percurso natural, fruto do contato das crianças com livros e dos momentos de leitura em sala, sendo tais vivências tomadas como “o ensino da compreensão”. Constatamos que o conhecimento docente acerca da compreensão de textos era, portanto, impreciso e superficial. As professoras, na verdade, não pareciam identificar a compreensão de leitura como um objeto a ser ensinado e, consequentemente, não conseguiam de maneira consciente, estabelecer metas para uma ação pedagógica nesta direção. Por outro lado, elas identificavam um impacto positivo para a compreensão de leitura a partir de algumas atividades que realizavam. De fato, no que diz respeito à observação das práticas docentes, evidenciamos algumas atividades em que as docentes realmente procuravam levar seus alunos a compreender os textos lidos para as crianças. Entre estas, a atividade mais frequente era a formulação de perguntas sobre os textos lidos, em que as conversas conduzidas com as crianças mostraram-se uma excelente estratégia para o ensino da compreensão, quando a mediação estabelecida tinha um caráter dialógico. Verificamos, por outro lado, poucas propostas de reconto oral e de rescrita de histórias ouvidas. Os dados apontam ainda que tanto as formações (inicial e continuada), quanto os documentos curriculares têm contribuído muito pouco para a ampliação do conhecimento das professoras sobre a compreensão de textos escritos. O levantamento bibliográfico realizado durante a pesquisa mostra, contudo, que a literatura na área de compreensão de leitura tem avançado bastante. Ao que parece, tal avanço não tem se materializado nem nos textos do saber, nem nas formações (iniciais e continuadas). Por fim, os dados indicam a necessidade de que a compreensão de textos passe a ser considerada um objeto de ensino já a partir da Educação Infantil, permitindo que as professoras realizem, de forma consciente, um trabalho pedagógico mais amplo e produtivo voltado para a formação dos pequenos leitores. |