O papel da limitação de recrutamento na regeneração natural de uma paisagem fragmentada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: MENEZES, Tatiane Gomes Calaça
Orientador(a): MELO, Felipe Pimentel Lopes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Vegetal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28114
Resumo: Esta dissertação procura entender a capacidade das florestas secundárias em reter biodiversidade tem sido uma preocupação recorrente entre biólogos conservacionistas e ecólogos. Essa preocupação com a capacidade de regeneração natural dos ecossistemas se intensifica em paisagens altamente perturbadas por intenso uso agrícola. Investigamos como o recrutamento de espécies arbóreas se comporta ao longo de uma cronossequência de áreas abandonadas após o cultivo de cana-de-açúcar? Este estudo foi conduzido numa área situada no Corredor de Biodiversidade do Nordeste do Brasil, numa paisagem composta por um mosaico de áreas com diferentes idades de abandonado após cultivo de cana-de-açúcar durante 4 a 5 anos e áreas de floresta atlântica nativa. Amostramos todas as plântulas de espécies lenhosas em 15 áreas em regeneração (5 – 30 anos) e 10 áreas de floresta madura. Usamos modelos lineares e ordenações multivariadas para descrever a distribuição e composição de espécies entre áreas em regeneração após cultivo de cana e a floresta madura circundante. Foram registradas 90 espécies de plântulas lenhosas, sendo 58 nas áreas em regeneração e 58 na floresta madura. As espécies com maior abundância relativa foram também aquelas com distribuição mais ampla na paisagem. A floresta secundária demonstrou se recuperar rapidamente quanto à riqueza, diversidade e número de indivíduos alcançando os valores de referência após cerca de dezesseis anos de regeneração. No entanto, quanto à composição de espécies, as áreas de regeneração apresentaram uma composição muito distinta daquela observada na floresta mesmo após 30 anos de regeneração. As dez espécies mais dominantes em cada hábitat foram completamente diferentes. Adicionalmente, as espécies mais abundantes na floresta madura apareceram apenas nas áreas em regeneração com mais de 12 anos, aumentando sua frequência com a idade da regeneração. A composição taxonômica não foi influenciada pela distância entre as áreas, sugerindo pouco ou nenhum efeito da dispersão na montagem dessas assembleias. Já a cobertura vegetal teve um pequeno, mas significativo efeito sobre a composição. Os resultados sugerem pouca estocasticidade na organização de comunidades vegetais nesta paisagem e um efeito da cobertura vegetal e da idade do abandono na composição de espécies indicando que processos determinísticos tem forte papel na estruturação de comunidades em áreas abandonadas após uso agrícola da terra.