Capitalismo contemporâneo, produção destrutiva e meio ambiente: a direção social dada pelas organizações da sociedade civil ao trato da problemática do lixo urbano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Valença, Marcela
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9887
Resumo: O trabalho ora apresentado insere-se na discussão mais geral sobre o sistema capitalista e a forma como este se apropria da natureza. Interessa-nos entender o processo de produção destrutiva do meio ambiente, que no atual estágio de desenvolvimento das forças produtivas, transforma-se dialeticamente num processo de destruição produtiva . Esta questão mostra-se em toda sua complexidade quando pensamos na disjunção entre o processo de produção das mercadorias e a satisfação das necessidades humanas, sendo este um dos fatores, em nosso entender, que determina o acirramento da crise ambiental. Dentro desse quadro, o crescimento do lixo urbano adquire status de questão ambiental e enquanto tal torna-se parte das intervenções do Estado, pensado de forma ampliada, ou seja: dos órgãos governamentais de limpeza urbana e controle ambiental; das empresas, que utilizam o lixo como matéria prima para sua produção e das ONG´s, partidos políticos, centrais sindicais, escolas, universidades, associações , que publicizam e dão visibilidade às discussões e intervenções sobre a problemática do lixo urbano, assim como, a partir disto, imprimem uma certa direção social às estratégias de enfrentamento de tal problemática. Percebemos que a direção social das estratégias de enfrentamento do lixo defendidas pelas organizações, caminha tendencialmente pela mesma lógica do mercado, da lucratividade e da exploração do trabalho. Observamos que as interpretações dadas aos problemas ambientais tanto reduzem a complexidade da crise ambiental a um problema estritamente ecológico quanto vinculam os problemas ecológicos a uma discussão estritamente técnica. Isto se justifica pelo fato de que a maioria das organizações pesquisadas não têm o entendimento de que a crise ecológica está inscrita nos fundamentos da produção capitalista e foi desencadeada pela sua essência destrutiva. Acreditamos, no entanto, que a problemática ambiental só será efetivamente resolvida, quando for superada uma contradição que é inerente ao capital, qual seja, a disjunção entre as necessidades humanas e produção das mercadorias