Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
PRESTES, Yuri Onça |
Orientador(a): |
SILVA, Alex Costa da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17884
|
Resumo: |
Este trabalho tem foco em processos físicos oceanográficos que dominam a interação entre o estuário do Rio Pará e a Plataforma Continental Amazônica (PCA). Esta, amplamente estudada pela comunidade científica por diversas áreas do conhecimento, comumente atrelada à influência do Rio Amazonas sobre a plataforma continental e/ou às correntes oceânicas de contorno oeste que atuam nessa região do Oceano Atlântico tropical. Contudo, uma importante questão ainda não respondida é qual a influência do estuário do Rio Pará sobre a PCA? O objetivo do presente trabalho é analisar a interação das forçantes físicas dentro do sistema Rio Pará-PCA. Medições eulerianas na plataforma e no estuário foram realizadas de modo a abranger as variabilidades temporais da área de estudo. Na plataforma, a coleta de dados ocorreu de Abril à Julho de 2008, período que abrange a diminuição da descarga fluvial, mudanças na direção dos alísios e intensificação da Corrente Norte do Brasil (CNB). No estuário, os levantamentos realizados ocorreram ao longo de um ciclo completo de maré semidiurno, durante o período seco (Outubro 2014) e o período chuvoso (Junho 2015) da região amazônica. Também foi elaborado um modelo em caixa (box model) de descarga para estivar a magnitude do aporte fluvial do Rio Pará. A propagação da onda de maré domina o sistema, gerando fluxos bidirecionais em regiões de micromaré a mais de 300 km de distância da foz do estuário. Na PCA, a maré gera intensas correntes barotrópicas no sentido da componente de velocidade transversal à plataforma, até alcançar a foz do sistema estuarino. Na quebra da plataforma, no período em que a CNB se intensifica, suas bordas de corrente atingem a PCA em profundidades < 100 m, agindo como um importante mecanismo nas trocas entre a plataforma amazônica e o oceano profundo do Atlântico Tropical. A magnitude da descarga média estimada pelo box model foi de 2 x 104 m3s-1, demonstrando também que o maior contribuinte hídrico para o Rio Pará é o Rio Tocantins. A força de empuxo gerada pela descarga fluvial interage com a força da maré, produzindo variabilidade lateral no estuário do Rio Pará. Na margem direita, há tendência de fluxos laminares, estratificação vertical e correntes baroclínicas, com processos mistura principalmente por difusão. Entre tanto, na margem esquerda, foi verificado a presença de fluxos turbulentos, ausência de gradientes de densidade vertical e correntes barotrópicas, de modo que os processos de mistura por advecção dominam a mistura no sistema. Os resultados apresentados ao longo de três artigos científicos enfatizaram o quão complexo e dinâmico é o sistema Rio Pará-PCA. Esta característica dinâmica do sistema gera a extrema necessidade de que as atividades potencialmente danosas devem ser desenvolvidas juntamente com medidas de prevenção para evitar danos ao meio ambiente. |