Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
SILVA, José Augusto Amorim Guilherme da |
Orientador(a): |
JUNQUEIRA, Lília Maria |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9374
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Resumo: |
Esta tese investiga a recepção ao cinema nacional, em geral, sob o ponto de vista de espectadores brasileiros de classes médias, com estudos de casos centrados nos filmes Central do Brasil (1998), Lavoura arcaica (2001), Cidade de Deus (2002) e Tropa de elite (2007). Esta recepção espectatorial é percebida em graus variáveis que oscilam da rejeição à adesão e é explicada a partir da compreensão do contexto sócio-cultural em que a atividade cinematográfica está compreendida como espaço social denominado subcampo do cinema. Espaço este marcado por lutas entre os seus agentes por um recurso escasso (o mercado interno), ocupado majoritariamente pelo cinema hollywoodiano, cuja disposição geral do habitus narrativo orienta grande parte das ações dos agentes envolvidos nesse campo profissional. A sustentação teórica do estudo busca na teoria praxiológica, sobretudo nos conceitos de campo e habitus, de Pierre Bourdieu, e na teoria disposicionalista, com o conceito de disposições individuais, de Bernard Lahire, os alicerces para a compreensão da espectatorialidade como fenômeno social. Desta maneira, o processo espectatorial é analisado sob a ótica da lógica macro-estrutural do campo da indústria cultural, ao qual o subcampo do cinema está fortemente vinculado, e também a partir dos processos individuais que balizam a adesão ou a rejeição aos filmes na complexa variedade de estéticas e gêneros que configuram o cinema. Assim, o estatuto (e o princípio) do habitus narrativo como disposição geral é o que determina em larga escala a produção cinematográfica, embora as dissonâncias, ainda que minoritárias, existam e permaneçam vivas no interior do subcampo, fomentando uma co-existência do cinema como expressão artística, para além de produto cultural. No caso do subcampo do cinema no Brasil, percebe-se a existência de ciclos de filmes de gênero, cujo objetivo é produzir filmes de padrão narrativo mais alinhado com as demandas de mercado, como é o caso dos filmes produzidos e/ou distribuídos pela Globo Filmes. Tais ciclos são adaptações ao habitus narrativo que objetivam uma presença perene no mercado nacional e que permitam a continuidade da produção de filmes. Esse novo ciclo tenta acomodar, uma vez mais, o fundamento clássico da narrativa cinematográfica aos conteúdos culturais nacionais. Trata-se de um movimento no interior do subcampo do cinema, que se estende de maneira horizontal, atingindo não apenas o cinema brasileiro, mas igualmente os cinemas latino-americanos e até o cinema europeu. Para alcançar tais resultados, o estudo está fundamentado em metodologia quantitativa e qualitativa, que inclui entrevistas em profundidade e aplicação de questionário estruturado a espectadores de cinema, observação em campo nas salas de cinema da cidade, utilização de dados estatísticos e quantitativos de pesquisas variadas sobre dados conjunturais do cinema brasileiro, além de vasta pesquisa teórica e histórica sobre a formação do subcampo do cinema no Brasil |