Perfil socioeconômico e potencialidades para captação de água da chuva na micro região do Alto do Capibaribe /PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Oliveira, Geórgia Cristina de Souza
Orientador(a): Nóbrega, Ranyére Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10756
Resumo: A carência de recursos hídricos no semiárido pernambucano, associada a um regime irregular na quantidade e na distribuição de chuvas, tem limitado o desenvolvimento econômico e social e incentivado o conflito pela água. No entanto, tem-se na captação de água da chuva uma alternativa viável para mitigar a escassez de água para fins difusos. Razão essa que justificou a necessidade de um estudo estatístico da série pluvial, visando estabelecer às principais características do regime pluvial e do potencial para a captação na microrregião do Alto Capibaribe, PE, bem como o perfil socioeconômico e hídrico da citada população, sendo essas caracterizações os objetivos principais deste trabalho. Utilizou-se seis séries pluviais- mensais e anuais- das cidades de Surubim, Vertentes, Frei Miguelinho, Taquaritinga do Norte, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama, PE, referentes ao período de 1963 a 2009, cedidos pelo Laboratório de Meteorologia de Pernambuco (LAMEPE). Os totais mensais e anuais de chuvas foram arranjados e analisados, utilizando-se distribuições estatísticas, sendo calculados: médias, medianas, desvios padrão, dentre outras. Os totais anuais de precipitação foram ajustados à distribuição normal reduzida, dos quais, passaram a compor seis “cenários”: a mediana, o máximo, o mínimo e os valores equivalentes aos níveis de 25, 50 e 75% de probabilidade. A partir destes valores foram estimados os volumes potenciais de captação de água de chuva, visando-se diferentes áreas de captação (telhados) dos domicílios. O diagnóstico foi estabelecido, aplicando-se questionários a uma amostra de 416 pessoas. Os principais resultados mostraram que o regime de distribuição de chuvas é assimétrico, e as medianas foram sempre menores que as médias. A estação chuvosa ocorre entre março e julho e chove o equivalente a 60% do total anual em Surubim, Vertentes, Frei Miguelinho e Toritama. Em Taquaritinga do Norte e Santa Cruz do Capibaribe as estações ocorrem respectivamente entre fevereiro e setembro e de maio a junho. As chances de chover a média anual  o desvio padrão são de 68,3%. O volume potencial mediano de captação de água da chuva foi de 28 mil litros para uma superfície de 60 m2 e o menor de 8 mil litros de água, no ano mais seco e para uma área de captação de 40 m2 . Dado o número médio ser quatro pessoas por domicílio, as áreas de captação mínimas, no ano mais seco, são insuficientes para armazenar os volumes necessários para atender as demandas, exceto em Taquaritinga do Norte que possui valores de precipitação sempre elevados. O perfil demográfico da microrregião do Alto Capibaribe mostrou que 57,5% da população vivem na zona rural, em 64,7% dos domicílios residem entre 4 e 6 pessoas e a agricultura é atividade principal. 58,7% têm renda familiar de no máximo um salário mínimo que em sua maioria provém de aposentadoria do INSS. A água da chuva é armazenada, em caixas d’água, tanques e/ou cisternas por 83% da população, enquanto 17% não armazenam. 32,7% têm problemas com a falta d’água, contudo 98,1% da população acreditam que a captação de água da chuva é a melhor alternativa para mitigar a escassez de água. Neste cenário conclui-se que o “modelo” de distribuição anual de precipitação estabelecido contribuirá, decisivamente, no planejamento e no dimensionamento do tamanho das cisternas por parte dos órgãos governamentais, ONG’s, sindicatos e outros seguimentos interessados.