Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
LIMA, Maria Mariana Rodrigues de |
Orientador(a): |
LIMA FILHO, Roberto Cordoville Efrem de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Antropologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/54311
|
Resumo: |
Esta dissertação de mestrado analisa etnograficamente as mobilizações on-line de uma parlamentar pernambucana autoidentificada evangélica, procurando contribuir com as discussões sobre as articulações entre mídias, religião e política. A pesquisa etnográfica que subsidia esta dissertação contou com o acompanhamento diuturno, entre maio de 2020 e setembro de 2022, das mobilizações on-line da deputada, sobretudo na rede social Instagram, registradas em diário de campo conforme um roteiro de observação. Este corpus de pesquisa foi analisado em estreito diálogo com os campos de estudos da religião e de gênero e sexualidade; e com o apoio de referenciais caros à etnografia on-line. Esta dissertação aborda inicialmente a emergência da deputada como sujeito em meio às controvérsias relativas a gênero e sexualidade presentes nas suas mobilizações on-line, analisando suas relações com noções como “proteção à vida”, “família” e “infância”, por exemplo. Em seguida, a dissertação perscruta, mais detidamente, as intensas mobilizações da deputada a respeito do protesto religioso, ocorrido em 16 de agosto de 2020, contra a realização, numa maternidade no Recife, do procedimento de aborto legal em uma menina de dez anos violentada sexualmente pelo tio no Espírito Santo, onde reside. Por fim, a dissertação divisa diferentes articulações entre as ações políticas organizadas pela deputada, o bolsonarismo e o projeto político de extrema direita no Brasil. Demonstrou-se, ao longo da análise desenvolvida, a construção do “público” por meio da categoria “família”, o que incide sobre a dicotomização heurística entre o público e o privado. Ademais, constatou-se que tal categoria relaciona-se intensamente com a religião, de modo que religião e religiosidade também emergem como constitutivas do público. A internet, portanto, utilizada enquanto suporte de determinadas ações políticas amparadas na legitimação do sujeito político “família”, apresenta-se como um espaço público contínuo e complementar ao off-line, ajudando-nos a pensar na relação entre continuidade e aliança. Nesse contexto, relações de gênero operam na constituição da família e, inclusive, do sujeito político “família”, de forma que sua compreensão leva à dessubstancialização de determinadas identidades políticas. Atrelado a convenções de gênero e sexualidade, o conservadorismo apresenta-se enquanto uma imagem, e não apenas um conteúdo. Trata-se de uma imagem que atua na formação de determinado sujeito político, corporalizaçando-se e se traduzindo em condição de possibilidade para o reconhecimento desse sujeito político. |