Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2004 |
Autor(a) principal: |
Pacheco, Roberto |
Orientador(a): |
Perin Rocha Pitta, Danielle |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/880
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Resumo: |
Entre julho de 2002 e agosto de 2003 realizei a observação participante em um centro especializado de tratamento às dependências químicas de um grande hospital do Recife, praticando a psicoterapia com os pacientes e convivendo com seus demais terapeutas colegas psicólogos, psiquiatras, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais. Durante seis meses, também como experiência de campo, freqüentei os espaços de moradia e lazer de um grupo de usuários de drogas, que não estavam em tratamento, os quais denominei de impacientes . Os objetivos da pesquisa incluíam investigar as interrelações simbólicas entre os grupos. Os frutos etnográficos e as prerrogativas do método escolhido no âmbito dos estudos do imaginário levaram-me a conceber a dissertação no formato de romance, que se pretende polifônico, inspirado no sentido que Bakhtin atribui ao romance de formação do sujeito e de seu contexto. Os usuários de drogas com os quais dialoguei me parecem plurais como seus usos, motivações e reações que também expressam uma positividade que se abre à imaginação embora se apresentem vulneráveis a dinâmicas psicopatológicas, construídas nas trocas simbólicas com seu contexto sociocultural. Procurei descrever como os saberes-poderes que amparam certas práticas supostamente terapêuticas podem repercutir dois arquétipos complementares estudados por Gilbert Durand: a mancha e a marca. Em uma conjunção experimental da antropologia, psicologia, psicanálise e literatura, o que pretendi não foi oferecer uma imagem do drogado ; mas penso ter desvelado parcialmente um caleidoscópio de imagens do sujeito usuário de drogas, que curiosamente se confunde com as injunções de nosso cotidiano pós-moderno: os usos de drogas podem ser vistos como maneiras de estar no mundo, expressões do sujeito humano no mundo, ou seja, derivativos de nossa condição humana. Diante dos dados da pesquisa e de minha análise, os paradigmas decorrentes de uma visão esquizomórfica no tratamento de pacientes usuários de drogas mostram-se cientificamente questionáveis, politicamente determináveis, moralmente estigmatizantes e terapeuticamente ineficazes |