Estudo de estabilidade : desenvolvimento de método indicativo por CLAE-DAD e caracterização dos produtos de degradação em hidrolise ácida do citrato de tamoxifeno (IFA) por LC-MS-TOF

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: LIMA, Lorena Maria Barbosa de
Orientador(a): SOARES SOBRINHO, José Lamartine
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55036
Resumo: O Tamoxifeno (TMX) é uma terapia hormonal utilizada para o câncer de mama pertencente ao grupo dos moduladores seletivos dos receptores de estrogênio (SERMs). Compõe a classe II da classificação biofarmacêutica, apresentando baixa solubilidade em água, baixa seletividade e biodisponibilidade, podendo causar efeitos adversos distintos e graves aos pacientes em tratamento. Por outro lado, a produção de medicamentos exige a realização de estudos que garantam o uso seguro e eficaz, dentre estes, os estudos de degradação forçada têm grande destaque. Embora vários métodos espectroscópicos e cromatográficos sejam relatados para a determinação de tamoxifeno sozinho ou junto com seus derivados, metabólitos, ou em matrizes variadas, nenhum relato sobre a identificação dos seus produtos de degradação (PDs) ou impurezas estão disponíveis na literatura até o momento. Portanto, o presente estudo visou desenvolver um MEI por CLAE-DAD, para realizar o estudo de degradação forçada do TMX sob as condições de hidrólise ácida, detectar e quantificar os possíveis PDs, além de utilizar a espectrometria de massas, para caracterização dos PDs gerados nos ensaios forçados. Também foram realizados estudos de cinética de decaimento do teor do TMX. O método cromatográfico desenvolvido usou uma coluna Ascentis® Express C18 (250 x 4,6 mm; 5μm), a ± 25,5°C. A eluição isocrática utilizou Acetonitrila (ACN) e Tampão Fosfato (pH 3,0) 55:45 v/v como fase móvel, volume de injeção de 20 μL e fluxo de 1 mL/min. O TMX mostrou-se suscetível a condições ácidas assim como previsto na literatura e apresentou um decaimento de 66,82% e formação de três PDs. Avaliou-se sua cinética de degradação para definir a ordem de reação em meio ácido (HCL 1,0 M). A reação foi caracterizada como de ordem zero para a condição estudada e a partir dessa análise foi possível definir a constante de velocidade (k) e o cálculo dos parâmetros cinéticos de meia-vida (T1/2) e período de vida útil (T90%), onde pode-se afirmar que a velocidade da reação independe das concentrações dos reagentes. O acoplamento do sistema LC-MS foi realizado através da ionização por electrospray em modo positivo, onde foi possível observar o sinal 372,2260 m/z [M+ H]+ como pico base do TMX. Para o PD1 e PD2 foi observada a presença de íons moleculares 360.1866 m/z [M+ H]+ e 404.2204 m/z [M+ H]+, o que nos sugere a perda de dois carbonos e a adição de uma hidroxila no anel aromático no primeiro caso e a adição de duas hidroxilas no anel aromático no segundo caso. Para o PD3, foi possível observar um perfil de massas semelhante ao pico base do TMX de 372.2305 m/z [M+ H]+, o que nos leva a deduzir que este produto de degradação é a forma isomérica do fármaco. A partir deste estudo de degradação forçada foi possível conhecer melhor os aspectos envolvidos na estabilidade do TMX e obtiveram-se informações estruturais de seus produtos de degradação que são escassos na literatura. Dessa forma temos mais suporte para prever e avaliar instabilidades em medicamentos à base deste fármaco.