Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
SANTANA, Wilck Camilo Ferreira de |
Orientador(a): |
ANDRADE, Brenda Carlos de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46339
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Resumo: |
Esta dissertação tem como tema o caminhar na construção poética da paisagem no livro Poemas, de Joaquim Cardozo, poeta recifense. Considerando que caminhar é uma maneira de revisitar e (re)construir espaços, temporalidades e experiências, o objetivo geral do trabalho é estabelecer, por meio da figura do poeta como caminhante, relações entre o literário, o social e o simbólico, arrolando poesia e paisagem. No esforço de estabelecer associações entre a memória, o texto poético e o espaço, a pesquisa está norteada em torno da ideia de paisagem, e de sua representação, definida pelo crítico e teórico Michel Collot (2013). Na sua perspectiva, a transformação da apreensão espacial, perpetrada por Baudelaire, renovou as formas de captar as paisagens que marcam a poética vanguardista. Poemas, produzido entre as décadas de 1920 e 1940, logra captar traços desta lírica moderna. Esta leitura, então, defende que o modernismo cardoziano articula elementos do Regionalismo de 1926, que particulariza aspectos estéticos e civilizatórios do regional enquanto faceta de um país – para além do seu eixo sulista, mas longe de representar um rechaço aos movimentos cosmopolitas de sua época; com elementos da poesia vanguardista expressionista, criando paisagens de um Recife que se afirmava particular e fantasmagórico, regional e universal, resvalado por um jogo de luz e sombra. Neste sentido, foi de suma importância o diálogo com autores que tangenciam questões relativas à lírica moderna, como é o caso de Friedrich (1978); bem como o conceito de imagem apoiado em Bosi (2000) e Paz (1996); assim como dos que trazem à baila pontos concernentes ao Regionalismo, com apoio nas ideias de Barros (2015) e Freyre (1996). Para a exploração de traços expressionistas, buscou-se sublinhar, na leitura dos poemas, elementos desta estética por meio do pensamento de estudiosos como Cardinal (1984), Eisner (1985) e Wolf (2004). Em suma, caminhar, para este trabalho, é uma forma de ler, e a paisagem da memória e da imaginação torna-se um texto. É, pois, da prática criativa do caminhar que é feito o livro que marca a estreia de Joaquim Cardozo na poesia, representando uma expressão da experiência no mundo, com a tradição regional, e com formas impressas no método de observar. |