Privação hídrica está associada ao aumento da resposta da dor na região cefálica em ratos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Martins Galvão, André
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1658
Resumo: Fundamento: Os modelos experimentais para avaliação e mensuração da dor, em animais de laboratório, envolvem preparações cruentas, tais como, a injeção intracisternal de substâncias irritantes ou microinjeções de fármacos nas regiões intracerebrais. No estudo da dor, há a necessidade do animal permanecer consciente, pois é através das alterações no comportamento do animal que a intensidade da dor é avaliada. O modelo desenvolvido por Valença et al.(2005) consiste em um método, cujas vantagens são a simplicidade e a utilização de animais não anestesiados e que se movimentam livremente. Este método permite observar as várias mudanças no comportamento do roedor, de maneira que a intensidade da dor cefálica possa ser mensurada. Esse modelo é uma adaptação do uso da formalina (indutor nociceptivo) na região do segmento cefálico do animal. Objetivos: O objetivo deste trabalho foi avaliar a modificação do padrão comportamental do animal após o uso dos testes de injeção de formalina e de retirada da cauda imersa em água aquecida, após permanecerem privados de água (desidratados). Um segundo objetivo foi analisar as alterações eletrolíticas e bioquímicas durante o período em que os animais permaneceram desidratados. Métodos: Para a primeira fase do experimento, soluções de formalina foram injetadas na região frontal subcutânea dos animais. Em seguida, analisamos as alterações do comportamento do animal, em consequência da presença de dor na região cefálica, tais como: coçar a cabeça, balançar a cabeça, vocalização e agitação. Na segunda fase do experimento, o método escolhido para avaliar o limiar de resposta a dor foi o teste de retirada da cauda após ser aplicado um estímulo térmico nociceptivo. Neste procedimento foi observada a resposta de retirada da cauda do animal quando imersa em um recipiente com água, cuja temperatura era mantida continuamente a 50°C (celcius). Resultados: Evidenciamos um aumento da alteração comportamental em resposta a dor (número de vezes que o animal coça a cabeça CC/minuto) mais acentuada nos animais desidratados em relação ao outro (CC/min = 73.02 ± 8.73, n = 12 vs 27.43 ± 2.19, n = 12). Na segunda fase do experimento do experimento verificamos que a período de latência da dor tinha sido reduzido no grupo desidratado (Tempo de latência (s) = 1.32 ± 0.1, n = 12 vs 3.65 ± 0.12, n = 12). Além disso, observamos que no grupo de animais desidratado a hemoconcentração (Ht = 50,83 ± 1,31 vs 32,75 ± 3,08, Hb = 13,53 ± 0,5 vs 10,08 ± 0,9 ) e a osmolalidade ([Na+] = 172,41 ± 10,8 vs 147,91 ± 8,43; [K+] = 5,77 ± 0,2 vs 5,21 ± 0,55; [Ca++] = 11,8 ± 0,59 vs 12,1 ± 0,6) interferiram no comportamento da do dor animal. Conclusão: Os nossos resultados sugerem que a privação hídrica (desidratação) em animais de laboratório induzem alterações na hemoconcentração e na osmolalidade plasmática e estas podem estar associadas as alterações comportamentais da resposta da dor cefálica, bem como redução do período de latência da dor