Variação dos padrões socioespaciais da Dengue na Cidade do Recife

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SANTOS, Marcelo Olimpio dos
Orientador(a): SANTOS, Solange Laurentino dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Desenvolvimento e Meio Ambiente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44553
Resumo: O processo de urbanização nas cidades brasileiras, sem o adequado planejamento urbano, implicou no agravamento das desigualdades socioespaciais, provocando, com isso, uma série de consequências insustentáveis à vida urbana. Nota-se que os grandes aglomerados urbanos permanecem com inadequadas condições de habitação e acesso precário a serviços públicos de saúde, acarretando, por sua vez, a ocorrência de doenças consideradas negligenciadas, tal como a dengue. Este estudo objetiva analisar a variação espacial da dengue durante o período de 2009 a 2018 e sua associação com os padrões socioespaciais da cidade do Recife, capital do estado de Pernambuco. Os casos de dengue foram georreferenciados e agrupados por setor censitário, unidade geográfica considerada para as análises. Os padrões socioespaciais foram definidos por meio do Indicador de Habitabilidade, que é composto por variáveis do Censo Demográfico 2010. A análise foi constituída inicialmente pela média móvel do número de casos de dengue e indicou que existiram quatro anos com os maiores picos de ocorrências, sendo os anos de 2015 e 2016 os que apresentaram mais de 1.000 casos por 100 mil habitantes. Foi utilizado o estimador de densidade Kernel para o cálculo que estima a intensidade espacial da dengue para cada ano proposto da série no estudo. Observamos áreas recorrentes com alta densidade de casos de dengue ao longo dos anos no município. A aplicação do índice Local de Moran univariado e bivariado evidenciaram um forte padrão de clusterização das áreas com melhores condições de habitabilidade e aquelas com condições mais precárias, bem como a distribuição espacial da dengue em relação a essas condições. A análise de correlação espacial da incidência de dengue com o Indicador de Habitabilidade, por meio de Regressão Geograficamente Ponderada, apresentou resultado moderado (R2 = 0,38). A dengue se distribuiu de forma desigual ao longo da cidade, tanto espacial como temporalmente. Tal desigualdade resulta da própria lógica da reprodução do espaço urbano no Recife, indicando que, por essa perspectiva, a heterogeneidade das condições socioespaciais é o principal fator da variação espacial interurbana das taxas de incidência de dengue.