Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
BARBOSA, Iaranda Jurema Ferreira |
Orientador(a): |
CORDIVIOLA, Alfredo Adolfo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Letras
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38361
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Resumo: |
O fantástico se firmou enquanto forma estética com o romantismo europeu, mais especificamente no fim do século XVIII. Devido ao grande volume de obras escritas em prosa a partir da modernidade, o referido modo literário não apenas é estudado como também é produzido em narrativas que habitam, sobretudo, contos e novelas. Entretanto, sua chegada a esses gêneros se deu a partir do poema fantástico, em especial, das baladas românticas que pululam o pré-romantismo e o Romantismo. Baladas essas que traziam em seu âmago um mundo afim ao fantasmagórico, aos seres prodigiosos, aos eventos extraordinários que nos desestabilizam e nos colocam em meio a encruzilhadas, labirintos, bifurcações e abismos. Versos e parágrafos esses que são trazidos do Velho para o Novo Mundo, um território invadido, saqueado, violentado por estrangeiros em busca de fiéis, expansão territorial e riqueza alheia, configurando, assim, um contexto conflituoso, ambíguo, híbrido e polidimensional devido às incontáveis idiossincrasias e cosmovisões autóctones e externas. Caracteres esses que não são alheios ao fantástico, mas sim intrínsecos a ele e à poesia que lhe deu morada antes de sua “fuga” para sobreviver em outros horizontes. Nesse ensejo, configura-se como primeiro objetivo desta tese desenvolver o conceito de poesia fantástica, tomando como ponto de partida o local de chegada do fantástico: a prosa, em específico, latino-americana. Através dela, selecionei as características mais pertinentes para o fantástico se distinguir de narrativas adjacentes como o terror e o realismo maravilhoso. Por meio de exemplificações basilares das teorias e dos pensadores de diversas áreas (a Psicanálise e a Filosofia foram bastante exploradas), pautei minhas argumentações para compor o meu conceito de fantástico e, assim, facilitar a compreensão do corpus analítico selecionado para este trabalho. As asseverações de Todorov (2008) sobre o fantástico foram problematizadas e as afirmações no tocante à incompatibilidade entre fantástico e poesia rechaçadas, algo muito evidente, sobretudo, pela existência desta tese. A eleição de poemas esteve ancorada em duas perspectivas: poesias de autores que reconhecem a existência de uma poesia fantástica e a produzem com essa intencionalidade; e poesias de autores que eu identifico enquanto fantástica. O referencial teórico sobre fantástico, poesia (ficcional, lírica, narrativa, lírico-narrativa) e poesia fantástica está ancorado, primordialmente, em Reisz (1982; 2001; 2008; 2014), Cortázar (2011), Kayser (1958), Smith (1993), García (2005), Viegnes (2006), Bessière (1974), Barrenechea (1979; 1972), Chanady (1985), Jackson (1981), Chiampi (1980), Batalha (2011; 2012), Arán (2007), Campra (2008), Ceserani (2006) e Gama-Khalil (2013). É perceptível, a partir do exposto, que houve a decisão de centrar a análise crítica e analítica exclusivamente de obras da América Latina. A seleção de teóricos, em sua maioria, pertencentes a essa região e, nessa esteira, a presença de muitas teóricas, configura-se, assim, um deslocamento centrífugo que envolve questões de formação de cânon e de gênero. |