A atenção diferenciada e o planejamento reprodutivo em área indígena: dilemas relacionais e conjunturais
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Saude Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33462 |
Resumo: | A atenção diferenciada é princípio norteador da saúde indígena, entendido como caminho importante para o cuidado adequado e não colonizador dessas populações. Na prática, este princípio pode assumir diferentes formas e evidenciar tensões diversas, como no caso da saúde reprodutiva, com foco no planejamento reprodutivo. Essa foi uma questão identificada durante a supervisão do Projeto Mais Médicos para o Brasil nas comunidades do Território Yanomami, a partir dos desafios experimentados pelos profissionais de saúde vinculados ao Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami e Ye'kuana. Para compreender os elementos envolvidos nessa abordagem, foi realizado estudo qualitativo de caráter exploratório, do tipo Estudo de Caso Etnográfico, utilizando dados objetivos, registros do acompanhamento do trabalho das equipes e entrevistas semi-estruturadas com seis profissionais selecionados pela diversificação de seus perfis. A partir da análise etnográfica através da descrisão densa de Geertz, foram identificados seis eixos: Características do contexto, A abordagem, Diferenças de atuação em área indígena e não indígena, Compreensões sobre cultura, Conhecimento e opinião sobre as práticas tradicionais e Noções sobre os efeitos da atuação. Cada um foi agregado a categorias, núcleos de sentido, ideias e inferências, achados e exemplos do texto. Foram identificados e discutidos dilemas que envolvem processos históricos, organizacionais e relacionais, apontando novos elementos que influenciam a abordagem desses profissionais, como a negação histórica da existência desses povos interferindo na empatia, a diversidade de compreensões sobre cultura, a motivação para o trabalho nessa realidade e a necessidade de reflexão contínua no trabalho cotidiano. E reafirmados outros, como a necessidade de qualificação dos sistemas de informação, de inclusão ou melhoria da formação geral e especifica desses profissionais, de avaliação e reorganização do modelo de atenção à saúde indígena e de garantia dos direitos dessas populações. |