Peixes biondicadores dos impactos causados pelas jangadas no topo e nas cristas dos recifes de Porto de Galinhas (PE)
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Oceanografia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18916 |
Resumo: | Os ambientes costeiros estão entre os mais ameaçados do mundo. O turismo corresponde a um dos principais processos antrópicos, geralmente feito de forma desordenada, degradando os recifes. Porto de Galinhas (aprox 70 km de recife) é um dos maiores pólos turísticos do Brasil recebendo cerca de 400 mil visitantes na alta estação (novembro a fevereiro). Por falta de uma fiscalização eficiente, impactos como pisoteio e atracamentos das jangadas nos corais estão destruindo a área, modificando a comunidade do local. Para avaliar a qualidade do ambiente, além de parâmetros físicos, são necessários indicadores biológicos, sendo os peixes os mais utilizados. O objetivo do trabalho foi verificar possíveis mudanças na comunidade que vive no topo e crista recifal, determinando quais espécies seriam consideradas bioindicadores. A chamada “piscina dos oito” foi selecionada como área de estudo, que foi separada em duas áreas: tratamento e controle. Os pontos selecionados possuem características geomorfológicas semelhantes, diferenciando-se pela ocupação (tratamento) ou não (controle) das Jangadas. Um total de 48 censos, no período de jul/12 a jun/13 (24 no domingo e 24 na segunda) foram realizados. No estudo, foram contabilizados 3.508 indivíduos, pertencentes a 31 espécies de 16 famílias de peixes nas duas áreas amostradas nos recifes de Porto de Galinhas. Na área tratamento foram vistas 21 espécies, número menor quando comparado com a área controle no qual que foram identificados 28. As famílias mais representativas foram Labridae (8 espécies), seguida por Pomacentridae (4 espécies). Pomacentridae, marcadamente representada por Stegastes fuscus (n= 2.344), representando 66% do total identificado. Foi verificada diferença na diversidade de espécies entre as áreas tratamento e controle. Este resultado mostrou-se significativo (p=0,001), no qual a área controle apresenta uma maior diversidade de espécies. Os dados coletados indicam uma mudança na estrutura da comunidade situada na crista recifal em Porto de Galinhas. Algumas espécies aproveitam-se do impacto decorrente das jangadas, que remove a cobertura algal e os organismos que ali vivem, facilitando a disponibilidade de alimento. Outras espécies reagem diferentemente a estes impactos abrigando-se embaixo das jangadas, provavelmente em busca de sobra e/ou proteção, enquanto outras fogem e somente são encontradas na área controle. Pode-se concluir que os impactos antropogênicos decorrentes do uso excessivo de jangadas estão modificando a diversidade, abundancia e comportamento na comunidade de peixes na “piscina dos oito” de Porto de Galinhas. |