Thuja occidentalis Linn (Cupressaceae): da droga vegetal a forma farmacêutica semissólida para o tratamento do HPV

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: ALVES, Lariza Darlene Santos
Orientador(a): ROLIM NETO, Pedro José
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Farmaceuticas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Gel
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/26254
Resumo: Em termos globais, o mercado de fitoterápicos movimenta bilhões de dólares, sendo um segmento em ampla ascensão, havendo estimulos ao desenvolvimento de fitoterápicos nacionais para uso na saúde pública. Nesse contexto, a espécie Thuja occidentalis, vem se destacando visto relatos de sua utilização na forma de tintura para o tratamento de verrugas e condilomas relacionados ao HPV. Contudo, sua aplicação na forma de óvulos, banhos de acento e compressas, a partir de extratos sem controles adequados, demonstra a necessidade do desenvolvimento de um medicamento que viabilize sua aplicação de forma segura e conveniente, atendendo aos critérios de qualidade da legislação vigente. Dado o potencial farmacológico, o trabalho teve por objetivo a obtenção da forma farmacêutica gel para uso vaginal à base do extrato etanólico, o qual incluiu várias etapas, desde o cultivo até o estudo de estabilidade das formulações. Adicionalmente, foram realizados ensaios de atividade anti-fúngica e antioxidante in vitro. A avaliação sazonal do perfil fitoquímico e quantificação de flavonoides por um ano indicou a presença de flavonoides, terpenos e taninos condensados em todos os meses, sendo o teor máximo de flavonoides em mar/12, que registrou maiores temperaturas e menores índices pluviométricos. A partir da caracterização da droga, foram obtidos os seguintes resultados: tamanho de partícula (484 μm), perda por dessecação (6,9%), determinação de água (5,3%), teor de cinzas (4,5%) e óleos voláteis (0,7%); além de anatomicamente serem vistas estruturas como parênquima esponjoso e estômatos ciclocíticos. O desenvolvimento e validação do método de doseamento do teor de flavonoides totais, expresso em rutina, foi realizado através da complexação com AlCl₃, sendo o tempo de leitura de 30 min, após a adição de 2 mL de AlCl₃ (2,5%) a uma solução extrativa (3,5 mL), obtida por refluxo da solução hidroalcoólica 40% e 1 g da droga. Seguiu-se a avaliação do método extrativo, que teve como objetivo otimizar o tempo e a extração dos metabólitos. A partir deste, concluiu-se que a digestão (40ºC, 200 rpm, 60 min), utilizando etanol 70% mostrou-se como a melhor condição de extração, sendo realizado os seguintes controles: densidade relativa 0,91 g/mL, pH de 5,7, resíduo seco de 2,4%, teor alcoólico de 64ºGL e teor de 24,3 μg/mL de quercetrina. Este composto foi utilizado como marcador, selecionado após o isolamento de principais metabólitos flavonoidicos da espécie, sendo eles miricetrina, quercitrina, afzelina, amentoflavona e hinokiflavone. O extrato apresentou baixa toxicidade (DL₅₀ 2.312 mg/Kg) por via oral. Contudo, as fêmeas apresentaram maior sensibilidade, devido a possível interferência do ciclo estral. Os resultados da antividade antifúngica contra cepas de Candida sp. e o potencial antioxidante mostraram-se banstante promissoras e inéditas para o extrato etanólico. Por fim, as formulações obtidas utilizando os polímeros CMC e HEC foram avaliadas em relação aos controles aplicáveis (pH, densidade, comportamento reológico, espalhabilidade e potencial bioadesivo), sendo selecionada concentração de 2,5% dos polímeros, os quais foram submetidos a estabilidade acelerada. Através desse ensaio, observou-se que o HEC proporcionou maior estabilidade a formulação e potencial bioadesivo. Diante do exposto, o produto possui um elevado potencial para se tornar um fitoterápico a ser disponibilizado como alternativa a terapêutica atual para o HPV, que está relacionado a 95% dos casos de câncer de colo de útero e 2ª causa de morte entre as mulheres no Brasil. Também proporcionou resultados de relevância científica, abrindos novas perspectivas de projetos com a espécie.