Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Maria Gonçalves de Albuquerque, Valéria |
Orientador(a): |
Ramos Lacerda de Melo, Heloísa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7039
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Resumo: |
Os indivíduos infectados pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) apresentam riscos significativamente aumentados de desenvolver doença arterial coronariana. A aterosclerose subclínica de carótidas é preditora de eventos cardiovasculares futuros, uma vez que a sua presença tem relação com a aterosclerose coronariana. Por sua vez, a terapia antirretroviral combinada (TARV) induz a distúrbios metabólicos nos indivíduos infectados, entretanto, a sua relação com a doença vascular aterosclerótica ainda não está inteiramente esclarecida. Assim, propondo-se a avaliar a associação entre aterosclerose subclínica com diferentes classes e drogas ARV - ITRNN e IP; com características imunológicas, virológicas e clínicas da infecção pelo HIV; com características sociodemográficas e com alterações metabólicas, em indivíduos HIV/Aids, em primeiro esquema ARV, atendidos nos dois maiores centros de tratamento da Aids em Pernambuco - Hospitais Correia Picanço e Universitário Oswaldo Cruz, esse estudo foi realizado. O estudo desenvolvido foi do tipo caso-controle e envolveu 694 indivíduos com HIV/Aids, 236 sem terapia antirretroviral e 458 sob TARV. Uma segunda análise foi realizada em 351 indivíduos menores de 40 anos e 346 ≥ 40 anos, separadamente. A aterosclerose subclínica foi determinada pelo espessamento do complexo médio-intimal (CMI) das carótidas, por meio do ultrassom modo B, definida pelos valores médios do CMI ≥ 0,8mm e/ou quando da presença de placa de ateroma. As informações foram obtidas através de questionário validado, prontuários médicos, medidas antropométricas e de pressão arterial e dosagens séricas de glicose, colesterol total, LDLc, HDLc e triglicerídeos. Utilizando-se do pacote estatístico STATA 9,0 realizaram-se análises univariadas e multivariadas por regressão logística. A magnitude das associações foi expressa pela odds ratio (OR) e a significância estatística pelo intervalo de confiança de 95% e o valor de p < 0,05. Observaram-se frequências de aterosclerose subclínica, de 44,7% (310) do total de indivíduos com HIV/Aids, sendo 11,8% (82) nos virgens de terapia, 23,2% (161) naqueles em uso de TARV com ITRN + ITRNN e 9,7% (67) com ITRN + IP. Foram encontradas associações estatisticamente significantes entre aterosclerose subclínica e: tabagismo habitual OR=3,61 (1,02 -12,7), obesidade OR= 3,52 (1,72 -7,21), LDLc aumentado OR= 2,05 (1,22 -3,42), união consensual OR=1,98 (1,22 - 3,21), raça não branca OR=1,87 (1,16 -3,00), sexo masculino OR=1,59 (1,05 -2,41), hipertensão arterial OR= 1,58 (1,04 -2,40), idade OR=1,14 (1,11 - 1,17) e o tempo de uso de TARV OR=1,08 (1,00 - 1,17). Não se encontrou associação estatisticamente significante entre aterosclerose subclínica e classes e drogas ARV, bem como com características imunológicas, virológicas e clínicas da infecção. Os resultados da segunda análise mostraram associação estatisticamente significante entre aterosclerose subclínica grupo de < 40 anos com: obesidade OR = 4,53 (1,62 -12,6), síndrome metabólica OR = 3,21 (1,43 -7,19), raça não branca OR = de 3,14 (1,43 -6,86) e sexo masculino OR = 2,76 (IC 1,47 5,20). Diferentemente, no grupo ≥ 40 anos se associaram à aterosclerose subclínica: contagem de linfócitos TCD4 > 350 cel/μL OR = 3,49 (95% 1,58 -7,72) e hipertensão arterial OR = 1,88 (1,05 -3,38). A idade e a união consensual foram preditores independentes nos dois grupos, de forma semelhante. Não se encontrou associação estatisticamente significante entre aterosclerose subclínica e classes e drogas ARV, como na análise anterior. A aterosclerose subclínica em indivíduos com HIV/Aids está fortemente associada a fatores clássicos de risco cardiovascular. Não se detectou associação com o tipo de classe e drogas antirretrovirais (IP ou ITRNN), embora o tempo de uso da terapia (independentemente do esquema utilizado) tenha se associado a aterosclerose subclínica. Fatores de risco modificáveis, especialmente a obesidade e a síndrome metabólica, foram determinantes para a chance de aterosclerose subclínica nos adultos jovens, enquanto a hipertensão arterial e a contagem de linfócitos CD4 foram os preditores independentes nos adultos ≥ 40 anos |