Atividades anti-inflamatória, antiulcerogênica, hepatoprotetora e segurança de uso do extrato aquoso da casca do caule de Simarouba amara aublet (simaroubaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Maranhão, Hélida Maria de Lima
Orientador(a): Wanderley, Almir Gonçalves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11956
Resumo: Simarouba amara é encontrada em quase todas as regiões brasileiras. A decocção da casca do seu caule é usada no tratamento da malária, inflamações, diarreia e como tônico. Esse estudo caracterizou quimicamente a casca do caule assim como investigou as ações anti-inflamatória, antiulcerogênica e hepatoprotetora do extrato aquoso da casca do caule de Simarouba amara (EASA) em paralelo aos ensaios de toxicidade. O perfil fitoquímico foi avaliado por cromatografia em camada delgada (CCD) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). Os efeitos farmacológicos do EASA (100, 250 e 500 mg/kg de massa corporal, via oral) foram investigados em ratos Wistar usando modelos de edema de pata induzidos por carragenina ou histamina (via intraplantar); de úlceras induzidas por álcool a 70% (v/v) (v.o.), indometacina (30 mg/kg, via subcutânea) e ácido acético a 30% (v/v) (intragástrica); e modelo de hepatotoxicidade induzida por tetracloreto de carbono (CCl4, v.o). As toxicidades aguda (EASA 2000 mg/kg, v.o) e de doses repetidas (EASA 250, 500 e 1000 mg/kg, v.o) foram avaliadas em ambos os sexos de ratos Wistar e camundongos Swiss, respectivamente. A CCD evidenciou taninos hidrolisáveis, condensados, fenilpropanóides, ácido caféico e traços de esteróides, saponinas e quassinóides. A CLAE quantificou os ácidos gálico (16,47 μg/mL), elágico (1,29 μg/mL) e clorogênico (3,83 μg/mL), catequina (349,96 μg/mL) e epicatequina (16,43 μg/mL). Em ambos os modelos edematogênicos, todas as doses do EASA inibiram a fase inicial da inflamação e apenas a dose de 500 mg/kg foi capaz de manter o efeito anti-inflamatório. Todas as doses do EASA protegeram a mucosa gástrica do dano agudo induzido pelo etanol ou indometacina. No modelo crônico (ácido acético), o EASA acelerou a cicatrização da úlcera ao promover a reepitelização, confirmada também pela proliferação das células da mucosa gástrica por meio da imunorreatividade ao antígeno nuclear de proliferação celular – PCNA e, restabelecer a camada glandular. Todas as doses do EASA também diminuíram os níveis de peroxidação lipídica induzida pelo CCl4 no fígado, os de aspartato e alanina aminotransferases, lactato desidrogenase, bilirrubina e aumentaram a proliferação dos hepatócitos (intensa imunorreatividade ao PCNA). Apenas as doses de 250 e 500 mg/kg do EASA aumentaram a expressão de catalase. Na toxicidade aguda, o EASA não produziu alteração comportamental nem sinal de toxicidade ou morte. Na de doses repetidas, os machos apresentaram aumento nos níveis de proteína total e albumina (todas as doses), de bilirrubina total e fosfatase alcalina (500 e 1000 mg/kg) e leucocitose (1000 mg/kg). As fêmeas apresentaram aumento na variação do tamanho das hemácias (RDW) e hipertrigliceridemia (1000 mg/kg), e hiperuricemia (500 e 1000 mg/kg). A análise histológica evidenciou aumento do espaço da cápsula de Bowman e hipertrofia dos espongiócitos das adrenais (dose 1000 mg/kg de ambos os sexos), discreto infiltrado linfocitário no coração dos machos (1000 mg/kg) e discreta esteatose hepática nas fêmeas (500 e 1000 mg/kg). Dessa forma, conclui-se que o EASA é composto principalmente por taninos e possui atividades antiedematogênica, antiulcerogênica e hepatoprotetora assim como baixa toxicidade quando administrado por via oral.