Uma interpretação representacionalista do conteúdo mental em Tomás de Aquino a partir da não convergência com sua tese do realismo direto da sensação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: LIMA, Rodrigo José de
Orientador(a): COSTA, Marcos Roberto Nunes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao Integrada em Filosofia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40354
Resumo: Tradicionalmente Tomás é interpretado como defendendo uma relação direta entre os sentidos e os seus objetos próprios, onde os últimos incidem sobre os primeiros tornando-os em ato por meio daquilo que ele chamou de species sensibilis. No Tomismo a sensação é concebida como o princípio através do qual o conhecimento intelectual se inicia, daí a tradição natural-mente inferiu que o intelecto também mantém, na formulação de são Tomás, uma relação direta com o ente ao qual está orientado. Esta posição prevaleceu entre reputados intérpretes como: Etienne Gilson, Norman Kretzmann, Anthony Kenny. Contudo, recentemente diversos autores entre os quais destacamos: Claude Pannacio, Robert Pasnau e Martin Tweedale alegam que afirmar o realismo no âmbito da sensação não requer defendê-lo no âmbito do conteúdo mental. Pelo contrário, na perspectiva do conteúdo mental a noção de representação deve ser preferida em detrimento da ideia de realismo. Assim, podemos falar em dois segmentos interpretativos: os realistas e os representacionalistas. Levando isto em consideração, nossa pesquisa toma por defensável uma leitura representacionalista do conteúdo mental em virtude de ser uma tese que guarda independência com a tese do realismo direto da sensação. Portanto, percorreremos a formulação tomasiana da produção do conhecimento a fim de percebermos que a ideia de representação é fundamental na sua formulação na medida em que os elementos constituintes da operação intelectual são descritos. Veremos também os argumentos utilizados pelos realistas como a identidade da forma e a tese da dupla existência que, segundo nossa interpretação, não implica no realismo do conteúdo mental, porquanto mostraremos que estas teses podem ser tomadas em outro sentido além daquele por eles proposto. Contudo, inicialmente situaremos a discussão tomasiana da produção do conhecimento em torno da relação mente-mundo, derivada da perspectiva de sua ideia do primeiro princípio de vida, a anima, devedora em grande parte dos seus antecessores, particularmente Aristóteles.