Diversidade de Fungos Endofíticos de LAGUNCULARIA RACEMOSA (L.) GAERTN.:.: Produção, Isolamento e Identificação da Substância Com Atividade Antimicrobiana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Silva, Michelle Rose de Oliveira
Orientador(a): Gusmão, Norma Buarque de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/12810
Resumo: Fungos endofíticos são reconhecidos pela sua relevância ecológica, habilidade para produzir metabólitos secundários com diferentes estruturas químicas e importância biotecnológica. A proposta deste trabalho foi estimar a riqueza, abundância e diversidade dos fungos endofíticos de Laguncularia racemosa (L.) Gaertn., bem como avaliar a atividade antibacteriana e isolar o princípio ativo. As folhas de L. racemosa foram coletadas no estuário do rio Paripe, Vila Velha, Itamaracá, Pernambuco. Setenta linhagens de fungos endofíticos foram obtidas a partir de 140 fragmentos de folhas, resultando numa colonização de 50%. A espécie Paecilomyces variotii foi a mais representativa com 19,3% de colonização, seguida por Mycelia Sterilia (8,6%), Penicillium sp. (7,2%), Trichoderma sp. (5%) e Aspergillus niger (4,3%) e espécies que foram pouco expressivas como Fusarium sp., Guignardia bidwellii e Basidiomycota com 1,4%, enquanto Curvularia pallescens e Periconia sp. com 0,7%. O teste de atividade antibacteriana foi realizado pelo método de difusão em disco de papel e, dentre as 70 linhagens de fungos, apenas 34 (48,6%) foram capazes de produzir metabólitos secundários com atividade antibacteriana. Micrococcus luteus foi o microrganismo mais sensível, seguido por Bacillus subtilis (10 a 23,5 mm), Staphylococcus aureus (10 a 21 mm), Enterococcus faecalis (10,5 a 20 mm) e Escherichia coli (10,5 a 16,75 mm). O extrato bruto de P. variotii FEL32 foi submetido à cromatografia e camada delgada usando o sistema de solvente AcOEt:MeOH (9:1,v/v) e resultou em duas bandas de Rf 0,48 e 0,70. A bioatividade frente à B. subtilis foi confirmada ao redor das bandas. O extrato foi submetido à cromatografia em coluna de sílica gel eluído com CHCl3/MeOH e o princípio ativo identificado por ressonância magnética nuclear e espectroscopia de massa, sendo identificada como viriditoxina (6-6’-binafto-α-pirona). A concentração mínima inibitória de viriditoxina resultou em valores de 0,5 μg/mL para Staphylococcus aureus, 1 μg/mL para Staphylococcus sp. coagulase negativa, 1 μg/mL para Micrococcus sp. e 2 μg/mL para Enterococcus sp. Nossos resultados confirmam o grande potencial dos fungos endofíticos, especialmente de ambiente estuarino. Este trabalho é o primeiro relato do isolamento de viriditoxina pelo fungo de ambiente estuarino P. variotii. Como perspectiva, muitos grupos de fungos de diferentes biomas estão esperando para serem explorados.