Estoques de carbono e nitrogênio em solos de floresta ombrófila densa e cultivados com cana-de-açúcar em Pernambuco e Alagoas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: LUCENA, Eduardo Henrique Lima de
Orientador(a): MENEZES, Rômulo Simões Cezar
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Tecnologias Energeticas e Nuclear
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34056
Resumo: Os solos sob vegetação florestal são importantes reservatórios de carbono e nitrogênio. A conversão de florestas em outros usos do solo acarreta perdas de C e N do solo. Na região Nordeste do Brasil, a vegetação florestal do Bioma Mata Atlântica, na região litorânea dos estados de Pernambuco e Alagoas, foi demasiadamente removida e substituída por outros usos, sobretudo o cultivo de cana-de-açúcar. Porém, são muito limitadas as informações sobre os estoques de C e N em solos nessa região. O objetivo deste trabalho foi quantificar as mudanças nos estoques de carbono e nitrogênio em solos de floresta ombrófila densa após a conversão desses solos para cultivo de cana-de-açúcar (Saccharum officirarum L) em Pernambuco e Alagoas. Foram selecionadas para amostragem áreas de vegetação nativa (Floresta Ombrófila) e cana-de-açúcar, colhida com fogo. As concentrações de C e N do solo foram realizadas utilizando analisador elementar (CHNS-O). No segundo estudo foi utilizado fracionamento granulométrico. As concentrações, os estoques e a relação C/N reduziram com o aumento da profundidade. As concentrações e estoques totais de C e N em todo o perfil do solo em cana-de-açúcar nos engenhos Piedade, Miai de baixo e Topless foram superiores em comparação à floresta ombrófila. Após a conversão da vegetação observou-se acréscimo no estoque de carbono de 3,8 Mg ha⁻¹ e redução do estoque de nitrogênio de 0,4 Mg ha⁻¹ aos 30 cm de profundidade. Após a mudança de uso do solo considerando a camada de 0-100 cm, em Pernambuco, houve redução do estoque de C e aumento do estoque de N. Em Alagoas, houve aumento no estoque de C e redução no estoque de N. Os solos de floresta ombrófila estocam a mais que cana-de-açúcar 2 % do COT e 1 % do NT considerando os 30 cm iniciais de profundidade do solo. Em resumo, dados globais indicam que cana-de-açúcar estocou 3,6 % de C a mais que floresta ombrófila, em contrapartida, o estoque de N reduziu em 1,6 % do estoque original. O segundo estudo apontou redução da proteção física após a conversão de vegetação com perda de 33 % da fração carbono orgânico particulado, em decorrência do manejo intensivo do solo. A fração carbono orgânico associado aos minerais reduziu em 3 % da concentração de C original. A fração carbono orgânico particulada mostrou-se mais adequada e mais sensível que o carbono total para evidenciar reduções provenientes da mudança de uso do solo, sobretudo, na camada de 0-10 cm, sendo utilizada como um indicador da qualidade do solo. Observou-se perda significativa na fração carbono orgânico particulada na camada de 0-10 cm com redução de 60 e 24 % em Pernambuco e Alagoas, respectivamente. Houve aumento de 7 % e redução de 13 % da concentração de C na fração carbono orgânico associado aos minerais em Pernambuco e Alagoas, respectivamente, após a conversão. O efeito do sistema de cultivo em cana-de-açúcar, provavelmente, necessita de maior tempo para aumentar o conteúdo de C no solo na fração carbono orgânico particulado, sobretudo na camada de 0-10 cm.