Anemia de Fanconi em Pernambuco : caracterização clínica e genética

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: ROSA BORGES, Maria Luiza Rocha da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Genetica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49443
Resumo: Anemia de Fanconi (AF) é uma doença rara, autossômica recessiva caracterizada por fragilidade cromossômica decorrente do defeito no sistema de reparo do DNA. A clínica da doença é heterogênea variando de pacientes assintomáticos até fenótipos mais graves que envolvem alterações na pele, baixa estatura, alterações esqueléticas e falência medular. O diagnóstico é realizado a partir do teste de fragilidade cromossômica usando agentes alquilantes como mitomicina C (MMC) e/ou diepoxibutano (DEB) ou, ainda pela identificação de mutações nos genes FANCS. No Brasil não existem dados epidemiológicos a respeito da doença e poucos centros realizam o teste diagnóstico de fragilidade cromossômica, que até o momento era ausente nos centros da região Nordeste. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi diagnosticar através da MMC e traçar o perfil clínico e genético dos genes FANCs dos pacientes pediátricos com AF do estado de Pernambuco. No período de 2018 a março de 2022, foram estudados 16 de 100 pacientes suspeitos para AF. Dentre os pacientes AF foi observado uma pequena prevalência no sexo feminino (55%), e as principais alterações clínicas foram manchas café com leite (60%) e anormalidades esqueléticas (53%). A análise de citogenética da medula óssea realizada em oito pacientes AF, mostrou em caso a trissomia clonal do cromossomo 21. O estudo molecular realizado em 6 pacientes mostrou o acometimento do gene FANCA em 66,6% apresentando as seguintes mutações: c.2535_2526delCT, c.4011-2A>C, c.1475A>G e c.3788_3790delTCT. O outro gene acometido foi o FANCG (33%) apresentando as mutações: c.1077-2A>G e c.908T>C. A partir dos dados obtidos, foi possível traçar um perfil clínico, citogenético e molecular preliminar dos pacientes do estado de Pernambuco, favorecendo com os dados epidemiológicos para a região Nordeste. A anemia de Fanconi é uma doença subdiagnosticada no Brasil e a implantação do teste diagnóstico em PE proporcionou um diagnóstico precoce, e consequentemente um melhor acompanhamento aos pacientes, garantindo um melhor tratamento e qualidade de vida.