Plásticos em ilhas do Oceano Atlântico, com ênfase na fração <1mm na Ilha de Fernando de Noronha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: MONTEIRO, Raqueline Cristina Pereira
Orientador(a): COSTA, Monica Ferreira da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28425
Resumo: Ilhas oceânicas são importantes áreas de interesse ambiental, social, econômico e científico. Conhecer sobre os tipos de contaminantes que afetam a qualidade desses ecossistemas é garantir a preservação e conservação desses habitats. Estudos sobre contaminação por plásticos, inclusive microplásticos, estão em ascensão na área de poluição marinha no Brasil e no mundo. Nesta dissertação, buscou-se compreender o estado atual sobre macro- e microplásticos em ilhas do Oceano Atlântico por meio de uma revisão bibliográfica. Além disso, novos resultados são apresentados sobre microplásticos menores que 1 mm na Ilha de Fernando de Noronha. No Oceano Atlântico e Mar do Caribe foram encontrados 20 artigos científicos sobre plásticos distribuídos em 31 ilhas. Desse total, seis artigos tratavam especificamente sobre microplásticos, contudo, nenhum tratou exclusivamente sobre a fração menor que 1 mm. Portanto, este estudo é o primeiro registro com foco principal nessa fração de tamanho. Estudos anteriores já haviam confirmando a presença de microplásticos (1-5 mm) no Arquipélago de Fernando de Noronha. Porém, lacunas ainda precisam ser preenchidas no contexto da contaminação por plásticos no Arquipélago. Amostras de sedimento foram coletadas na linha-do-deixa em quadrantes 30x30 cm em 15 praias da ilha (5 barlavento; 10 sotavento) e peneiradas em malha de 1 mm. Microplásticos foram identificados quanto a forma, cor, tamanho e área. Fragmentos (12,5 partículas m⁻² ± 32,2) e fibras (127,5 partículas m⁻² ± 105,5) foram os únicos tipos de microplásticos identificados nas praias arenosas estudadas da ilha, nas quais fibras tiveram maior densidade em todas as praias analisadas de Fernando de Noronha, independente do posicionamento da praia. Praias a barlavento foram quantitativamente mais contaminadas que a sotavento, mas, não foram encontradas diferenças estatísticas (Praiasbarlavento= 160 partículas m⁻² ± 137,5; Praiassotavento= 128 partículas m⁻² ± 84,3, Mann-Whitney U test, U = 198,5, p = 0,8). Portanto, fontes alóctones associadas a correntes marinhas parecem ter maior influência na ilha. Esse padrão já havia sido sugerido em estudos anteriores, e nesta ocasião pode ser considerado como uma tendência também para outras frações de tamanho. Logo, mesmo que o Arquipélago de Fernando de Noronha pertença a Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha – Rocas – São Pedro e São Paulo com medidas de preservação e conservação da fauna e flora, não está livre da contaminação por microplásticos. De forma geral, medidas protetivas e de remediação são necessárias nas ilhas do Oceano Atlântico, associado ao monitoramento a longo prazo e a estudos sobre impactos na fauna residente e migratória.