Restrição Energética Perinatal: Efeito Sobre o Crescimento Somático e Parâmetros Bioquímicos de Ratos Adultos Alimentados com Dieta Palatável/Hiperlipídica Pós-desmame

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: ARAÚJO, Luciana Lima de
Orientador(a): LEANDRO, Carol Góis
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11744
Resumo: No presente estudo foram avaliadas as repercussões do consumo de dieta hipocalórica durante a vida perinatal sobre parâmetros de crescimento somático e bioquímicos de ratos alimentados ou não com dieta palatável-hiperlipídica do desmame a idade adulta. Ratas Wistar nulíparas quando confirmada a gestação, formaram dois grupos conforme a manipulação dietética (n=6/cada): Controle (CL, recebeu dieta normocalórica durante gestação e lactação [3.6 Kcal/g]) e hipocalórica (HL recebeu dieta hipocalórica durante a gestação e lactação [2,3 Kcal/g]). Registro de peso e consumo foi acompanhado nas mães. Ao nascimento, ninhadas foram ajustadas para 8 filhotes mantendo a proporção de 4:4 (machos:fêmeas) sempre que possível. Ao desmame os machos passaram a receber dieta padrão Labina® (3,6 Kcal/g) formando os grupos Controle (C+CP, n:12) e Hipocalórico (H+CP, n:14) ou dieta palatável-hiperlipídica (4,2 Kcal/g) formando os grupos Controle-Palatável (C+HLP, n:11) e Hipocalórico-Palatável (H+HLP, n:9). Registro do crescimento somático foi realizado do nascimento aos 120 dias de vida. Teste de tolerância à glicose (ΔG) foi realizado aos 60, 90 e 120 dias e ao final do experimento, órgãos foram pesados e o plasma coletado para dosagens bioquímicas. Na vida adulta, a ingestão alimentar foi registrada durante 10 dias a partir do 110º dias de vida. Condições padrão de biotério foram mantidas por todo experimento e água e ração foi ofertada à vontade. A dieta hipocalórica oferecida às mães na gestação e lactação não alterou o peso, consumo ou variação de peso das mesmas. Igualmente, medidas de peso e comprimento corporal não diferiram nos filhotes ao nascimento. No entanto, ao longo da lactação, algumas medidas de crescimento mostraram-se reduzidas nos filhotes hipocalóricos como peso corporal (CL, 49,99±2,12g; HL, 38,90±3,22g (P<0,001) e comprimento naso-anal (CL, 117,28±4,38cm; HL, 109,81 ± 2,71cm) (p<0.001). Os animais que consumiram dieta palatável-hiperlipídica no pós desmame tiveram maior % de ganho ponderal e isto foi acompanhado por maior deposição de gordura abdominal e intolerância a glicose, sendo ainda acentuado no grupo que sofreu restrição energética no período perinatal. O uso de dieta palatável-hiperlipídica pós desmame também elevou as taxas de triglicérides e colesterol em ambos os grupos na idade adulta, sendo o VLDL-colesterol mais pronunciado no grupo H+HLP (38,10 ± 3,031 mg/dL-1) vs C+HLP (23,34 ± 2,86 mg/dL-1 ) (p<0.001) e hipertrigliceridemia em H+HLP (190,54 ± 15,15 mg/dL-1) visto que este diferiu de C+HLP (116,68 ± 12,25 mg/dL-1) (p<0.001). Os resultados demonstram que a restrição de energia no período fetal e neonatal acarreta danos ao desenvolvimento somático com repercussões na vida adulta afetando medidas murinométricas indicadoras de sobrepeso. O uso da dieta palatável pós-desmame alterou o peso relativo de órgãos e mesmo os grupos apresentando menor consumo, houve maior armazenamento de gordura abdominal. Igualmente causou alterações no perfil glico-lipídico com maior agravo no grupo H+HLP em determinados parâmetros. Pode-se inferir portanto, que a restrição energética na vida perinatal pode acarretar efeitos mais deletérios em longo prazo quando esta for seguida de uma dieta desequilibrada nas proporções de macronutrientes.