“Quem se associa se afia”: história(s) sobre a profissionalização dos artistas plásticos em Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: BRITO NETO, José Bezerra de
Orientador(a): GUIMARÃES NETO, Regina Beatriz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28374
Resumo: A concepção de artista é construída de acordo com as operações de cada campo, momento e lugar. Esta tese tem como motivações analisar as condições históricas em que foram empreendidas uma série de debates em torno da profissionalização dos artistas plásticos em Pernambuco, na segunda metade do Século XX. A profissionalização dos artistas plásticos no Brasil partilhou seus múltiplos caminhos com os campos políticos e suas linguagens, a partir de um modus operandi que garantia o exercício profissional de uma atividade, que sempre foi marcada pelo diletantismo e uma espécie de autonomia cristalizada em representações culturais. Para isso, busquei analisar o debate sobre a profissionalização em múltiplos espaços que passaram a legitimar as práticas artísticas enquanto status de profissão. Como o caso de duas associações de artistas que atuavam no período pesquisado e que desenvolveram critérios para o reconhecimento profissional da categoria: a Associação Internacional de Artes Plásticas (AIAP), fundada em 1948, com sede na França, e com sócios no Brasil e em Pernambuco; além da Associação de Artistas Plásticos Profissionais de Pernambuco (AAPPE), criada em 1968, com sede em Recife. As associações de artistas plásticos investiram na criação de critérios práticos para identificar e atribuir o título de profissional para os artistas que faziam parte delas, elaborando um conjunto de temas a serem discutidos em torno das identidades profissionais: propriedade intelectual, indústria e desenvolvimento, previdência social, educação, políticas públicas, mercado, etc. Esta tese ainda analisa as relações e mediações estabelecidas pela Escola de Belas Artes de Pernambuco entre as áreas da arquitetura e artes plásticas, demonstrando como a profissionalização destes dois setores dialogou constantemente e instaurou disputas na formação de um campo cultural na cidade do Recife. O nosso recorte temporal adentra os anos de 1950 a 1970, recuando e avançando em alguns momentos, em busca de uma análise das práticas profissionais e apropriações do universo trabalhista feita pelos artistas plásticos recifenses. Ao tomar o momento político e social destas décadas como período que incorporava as discussões em torno do novo papel dos trabalhadores no Brasil a partir da “ideologia desenvolvimentista”, da migração de trabalhadores, consolidação do capitalismo industrial, podemos tentar compreender as novas relações da produção e função das artes plásticas na cultura brasileira.