Avaliação da toxicidade de extrato e lectina de sementes de Moringa oleifera (WsMol) sobre larvas de Danio rerio (peixe paulistinha)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: SILVA, Lívia Laís de Santana
Orientador(a): PAIVA, Patrícia Maria Guedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25860
Resumo: A WSMoL (do inglês water-soluble Moringa oleifera lectin) é uma lectina (proteína que reconhece carboidratos) proveniente das sementes da Moringa oleifera, as quais são utilizadas no tratamento de água. Algumas espécies de insetos podem atuar como vetores de doenças ou pragas agrícolas. O mosquito Aedes aegypti é o vetor da dengue e sabe-se que o extrato de sementes de M. oleifera e WSMoL são tóxicos para as larvas deste inseto. O extrato de sementes e WSMoL apresentaram uma concentração letal a 50% das larvas após 24 horas de exposição (CL₅₀) igual a 0,27 mg/mL e 0,197 mg/mL, respectivamente. Entretanto, para uma adequada utilização desse inseticida natural se faz necessário a realização de testes ecotoxicológicos a fim de avaliar os possíveis efeitos causados em organismos aquáticos não-alvo. Neste trabalho, foi avaliada a toxicidade de extrato de semente e WSMoL para larvas de Danio rerio, espécie de peixe muito utilizada na Ecotoxicologia devido à facilidade de observação de seu comportamento e desenvolvimento e serem sensíveis na fase larval. As larvas de D. rerio foram expostas a diferentes concentrações do extrato de sementes ou WSMoL por 168 horas (7 dias),tendo sido avaliados efeitos letais por meio da determinação da taxa de mortalidade. Além disso, efeitos sub-letais comportamentais e bioquímicos sobre a velocidade natatória das larvas e atividade da acetilcolinesterase, respectivamente,também foram avaliados. Foi observado um efeito dose dependente na taxa de mortalidade de D. rerio tanto para o extrato quanto para a lectina purificada. Após 24 horas, os valores de CL₅₀/₂₄h foram 0,365 e 0,21 mg/mL para extrato e WSMoL, respectivamente. Esses resultados mostram que a susceptibilidade das larvas de D. rerio a WSMoL foi similar a das larvas de A. aegypti (6% de diferença nos valores de LC₅₀/₂₄h) enquanto extrato é aproximadamente 34% mais potente para as larvas do mosquito. Após 96 horas, os valores de CL₅₀/₂₄h para extrato e WSMoL foram 0,031 e 0,135 mg/mL, respectivamente. Com relação à velocidade natatória dos indivíduos expostos ao extrato, houve um aumento significativo (p < 0,05) após incubação nas concentrações 0,03 e 0,27 mg/mL e uma diminuição para larvas incubadas com 0,81 mg/mL por esse mesmo período. Para incubação por 168 h, a velocidade foi maior que no grupo controle para os tratamentos a 0,27 e 0,81 mg/mL. Nos ensaios com WSMoL, a média da velocidade de natação de larvas expostas à lectina por 72 h foi significativamente (p < 0,05) menor que no controle nos tratamentos com 0,1 e 0,2 mg/mL. Para 168 h, a velocidade foi também menor que no controle no tratamento a 0,1 mg/mL enquanto para as concentrações de 0,02 e 0,05 mg/mL foi similar (p > 0,05) ao controle.Larvas expostas por 168 h ao extrato aquoso na concentração 0,81 mg/mL e a WSMoL na concentração de 0,1 mg/mL apresentaram uma redução significativa na atividade da acetilcolinesterase. Levando em consideração os resultados obtidos, esses inseticidas naturais devem ser usados cuidadosamente, uma vez que as concentrações necessárias para o controle de A. aegyptiforam podem também causar efeitos tóxicos letais e sub-letais para organismos não-alvo como o peixe D. rerio. Recomenda-se o uso em recipientes de armazenamento de água, e não em ecossistemas aquáticos como lagoas e lagos.