Caracterização da lectina coagulante de sementes de Moringa oleifera (cMoL) por eletroquímica e imunogenicidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Benny Ferreira de
Orientador(a): COELHO, Luana Cassandra Breitenbach Barroso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41506
Resumo: A lectina coagulante de sementes de M. oleifera (cMoL) foi purificada em quantidades de miligramas por cromatografia de afinidade através do gel de guar, preparado por uma metodologia simples. As características da cMoL foram confirmadas por teste de estabilidade da lectina frente a variações de potencial de hidrogênio e na temperatura, usando uma sonda fluorescente (bis-ANS) [(bis(8-anilinonaftaleno-1-sulfonato)]. A lectina foi avaliada quanto a sua atividade antimicrobiana contra fungos e bactérias, também foi inoculada em coelhos para desenvolvimento de um anticorpo policlonal. O anticorpo foi testado por imunodifusão quanto à capacidade de interagir com preparações da semente: extrato, a fração precipitada e cMoL, além de outras lectinas WSMoL e ConA. Também foi aplicado em um imunossensor, utilizando a Metal-Organic Frameworks, como suporte eletroquímico para imobilizar IgG anti- cMoL/cMoL, essa interação foi avaliada na presença do inibidor galactose. A cMoL também foi caracterizada por potenciometria e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Além disso, foi aplicada como biossensor para o controle residual do corante índigo carmim. Por fim, foi avaliada a atividade antimicrobiana de cMoL contra isolados clínicos Cryptococcus neoformans. A lectina dessorvida por galactose com atividade de hemaglutinação específica de 1.280 mostrou eletroforese bidimensional em gel de poliacrilamida com subunidades principais de pesos moleculares de 26,5 e 19 KDa e ponto isoelétrico 9,8. Foram observados picos de fluorescência relacionados com a exposição de grupos hidrofóbicos de cMoL, porém essas alterações estruturais não inibiram a atividade hemaglutinante de cMoL. A lectina inibiu o crescimento de C. neoformans e Candida tropicalis, com 64 e 62,5 microgramas/mililitros de lectina, respectivamente. A atividade fungicida foi observada em C. albicans, C. tropicalis (4 miligramas/mililitros) e C. neoformans (256 microgramas/mililitros). O anticorpo foi capaz de interagir com as preparações e com WSMoL; nenhuma reação foi observada com ConA. Esses resultados foram revelados após a terceira inoculação, no qual foi observada uma linha de precipitação através de imunodifusão. As variações no potencial do imunossensor indicaram diferentes etapas de produção do IgG anti-cMoL. Quando inibida com o carboidrato, cMoL não interagiu com o anticorpo, podendo indicar que a ligação ocorre pelo domínio de reconhecimento ao carboidrato. A cMoL apresentou variações de potencial elétrico que indicaram suas cargas elétricas características, com um aumento no potencial após adição da galactose no meio eletrolítico. A MEV revelou as características estruturais de cada componente da montagem do eletrodo. O biossensor utilizando cMoL como elemento para o controle residual do corante, mostrou variações de corrente elétrica nas amostras do corante antes e após o tratamento eletroquímico. A cMoL inibiu o crescimento dos isolados C. neoformans, CMI 64-128 microgramas/mililitros. Em conclusão, a cMoL purificada por meio de um protocolo de afinidade com gel de guar simples, mostrou propriedades bacteriostáticas, fungistáticas e fungicidas. A lectina foi imunogênica, IgG anti-cMoL aplicado ao imunosenssor foi eficaz na avaliação das interações biológicas e indicaram que as ligações ocorreram através do domínio de reconhecimento ao carboidrato. A lectina foi caracterizada por métodos eletroquímicos e mostrou eficácia como biossensor na identificação residual do corante índigo carmim.