“Vidraças quebradas, falas anunciadas”: afeto, violência e insurgência negra feminina na produção contista de Miriam Alves

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Batista, Beatriz Bezerra lattes
Orientador(a): Deplagne, Luciana Eleonora de Freitas Calado lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Letras
Departamento: Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/32127
Resumo: Com o propósito de emergir as experiências de mulheres ausentes das pautas do feminismo ocidental, os outros feminismos, formados por mulheres negras, indígenas, caribenhas, decoloniais, lésbicas, bissexuais, entre outras, levantaram o debate em torno das especificidades do ser-mulher, examinando as intersecções dos marcadores sociais e as opressões às quais são submetidas. Concomitante a isto, as escritoras da Literatura Negra- Brasileira construíam seus espaços, reivindicando uma episteme negra e protagonizando seus discursos. Elas vislumbraram na literatura um lugar possível não apenas para denunciar as opressões vividas pela mulher negra, como também para apontar as resistências que são travadas ao longo da história, e expressar a beleza que há em sua cultura. Como corpus desta pesquisa, foram escolhidos quatro contos da escritora Miriam Alves: “Alice está morta” e “Olhos verdes de Esmeralda”, presentes no livro Mulher Matr(r)iz (2011) e outros dois nomeados “Não se matam cachorros” e “Acidente”, publicados no seu mais recente livro, o Juntar Pedaços (2021), que demonstram os novos percursos estéticos e ideológicos da autora neste espaço tempo. A partir desses textos, discutiu-se a questão das resistências e transgressões, do racismo, da violência física e psicológica contra a mulher, do feminicídio, da lesbofobia, da heterossexualidade compulsória, da masculinidade heteroaprisionada, do estupro corretivo e marital, do assédio, da hipersexualização da mulher negra, entre outras formas de violência. Para tanto, considerou-se necessária uma pesquisa que estivesse apoiada em vários campos de conhecimento como literatura, filosofia, sociologia, antropologia, psicologia. Vozes como as de Sueli Carneiro (2003; 2011), Lélia Gonzalez (1984; 2020), Beatriz Nascimento (2021), Heleieth Saffioti (1999; 2001), bell hooks (2015; 2019), Angela Davis (2016), Audre Lorde (2015), Adrienne Rich (2010), Françoise Vergès (2020; 2021), Franciane Silva (2018), Cristian Souza de Sales (2015), Luiz Silva (Cuti) (2010), entre outras, ecoaram e possibilitaram a construção desta pesquisa.