O corpo-palimpsesto em monstrans: uma análise crítica do discurso multimodal sobre corpos, sexualidades e gêneros nos quadrinhos autobiográficos de Lino Arruda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Dias, Thayse Silva da Rocha lattes
Orientador(a): Bezerra, Fábio Alexandre Silva lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Linguística
Departamento: Linguística
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30459
Resumo: Esta pesquisa de natureza qualitativa analisa a narrativa gráfica Monstrans: Experimentando Horrormônios (LINO, 2021), pela ótica da Análise Crítica do Discurso (ACD) (FAIRCLOUGH, 1995; 2015[1989]; RESENDE; RAMALHO, 2006), com o objetivo discutir como discursos multimodais sobre corpos, sexualidades e gêneros materializados na obra atuam na manutenção ou contestação de hegemonias relacionadas à construção de identidades. Para tanto, procuramos identificar a frequência dos temas, analisar discursos e relações sociais materializados pelos recursos verbais (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014) e visuais (KRESS; VAN LEEUWEN, 2006) da obra e discutir as implicações das relações interdiscursivas, intertextuais e das práticas sociais nos processos de manutenção, reafirmação e contestação de hegemonias (FAIRCLOUGH, 1995; 2015[1989]; RESENDE; RAMALHO, 2006) relacionadas a construções identitárias. A análise dos resultados evidencia a recorrência e naturalização de práticas sociais de violência mantidas por discursos de desumanização e abjetificação (KRISTEVA, 1982) sustentados pela hegemonia e articulados à matriz de opressão (COLLINS, 2000; COLLINS; BILGE, 2016). No corpo da obra percebemos que a produção do corpo abjeto ocorre de fora para dentro por meio de práticas sociais que tanto intermediam a autocompreensão do corpo quanto intervêm na sua forma (Figuras 2, 3, 4, 6 e 7). Todavia, percebemos também que a pulsão e do desejo pode quebrar a repetição de certas práticas enquanto o corpo, em seu caráter múltiplo e palimpséstico, reescreve sentidos por entre suas camadas (Figuras 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14). Portanto, é relevante compreender tanto os processos de abjetificação e desumanização quanto a potencialidade emancipatória do corpo que se reescreve sem perder a multiplicidade de seus sentidos.