Como um rio que corre para o mar: a força mobilizadora do Arcebispo Dom José Maria Pires na Paraíba (1966-1995)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Alves, Naiara Ferraz Bandeira lattes
Orientador(a): Cavalcanti, Carlos André Macêdo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões
Departamento: Ciência das Religiões
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/30461
Resumo: Tese que tem como objetivo analisar aspectos da administração do Arcebispo da Paraíba, Dom José Maria Pires, religioso que comandou a igreja paraibana entre os anos de 1966 e 1995. A análise foi realizada sob a perspectiva de que sua atuação políticoadministrativa da Igreja Católica, na Paraíba, configurou-se como um ato de força mobilizadora em termos pedagógicos, sociais e, ao mesmo tempo, religiosos. A partir de sua história de vida e de seus registros escritos ao longo de sua atividade episcopal, de suas ações teológicas e políticas, desenvolve-se a ideia de que o Bispo Dom José Maria Pires conseguiu ampliar sua força religiosa (enquanto bispo), ao mobilizar pessoas (massa), para promover ações (movimento/aceleração) vinculadas à Teologia da Libertação. No percurso teórico-metodológico trilhado, identifica-se o paradoxo vivenciado pelo Bispo, qual seja: o de ser um religioso burocrata e, ao mesmo tempo, um mobilizador em torno da Teologia da Libertação. O estudo está dividido em quatro capítulos: no primeiro capítulo “Mobilizando clérigos e fiéis em torno de um projeto: Teologia da Libertação na Paraíba”, pode-se compreender as ações de Dom José para a realização deste projeto, passando pelos discursos e visitas pastorais realizadas pelo bispo e demonstrando como ele era uma personagem vigiada pelo Governo Militar do Brasil. No segundo capítulo, “Trajetórias e barreiras no papel dos leigos na administração e no discurso de Dom José Maria Pires”, delineia-se o papel e o desfecho das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), assim como a barreira teológica presente nos discursos do Bispo com relação às mulheres. No terceiro capítulo, “Negro por Mercê de Deus”, analisam-se as falas do Arcebispo Dom José, publicadas em jornais da época, em documentos manuscritos e em livros, sobre a teologia negra e a práxis da “Missa dos Quilombos”. No quarto capítulo, “O ser: Dom José Maria Pires”, constam não só análises do ato de sorrir do bispo, como composição do seu ser e do seu agir, no processo de uma evangelização libertadora, e na forma como a mídia o observava, mas também a sua opção por fazer referências ao evangelho de São Mateus. Com o aporte de teóricos como, Bourdieu (1989), Weber (2016), Comblin (1977), Boff (1982), Löwy(2016), Coutinho (2012), Torres-Londonõ (2013), desenvolve-se uma narrativa histórica e a análise de um fenômeno, considerando, episodicamente, as ações e reações dos praticantes da religião cristã ocidental, com a possibilidade de não só enxergar além do outro e de suas práticas, mas também considerando o olhar de outro ser, por meio de uma pesquisa qualitativa de fonte bibliográfica e documental.