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Determinação socioeconômica e análise de valoração em saúde para o câncer de boca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Freire, Aldelany Ramalho lattes
Orientador(a): Cavalcanti, Yuri Wanderley lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/31343
Resumo: A elucidação do papel dos fatores socioeconômicossobre o acometimento dos indivíduos pelo câncer de boca pode subsidiar a implantação de políticas públicas de proteção social. Estudos de economia da saúde são úteis para garantir o uso racional dos recursosperante os contextos sociais dos usuários, tornando as políticas implantadas mais efetivas. Objetivou-se investigar a influência de fatores socioeconômicos sobre taxas de câncer de boca, além de realizar uma análise de valoração em saúde acerca da doença. Trata-se de estudo quantitativo, analítico, com cinco planos de análise (PA). O PA 1 avaliou o efeito de fatores socioeconômicos na frequência de diagnósticos de alterações de mucosa oral e no número de hospitalizações por câncer de boca e orofaringe no Brasil. O PA 2 avaliou a influência de indicadores socioeconômicos e investimentos sobre taxas de mortalidade por câncer bucal na América Latina. O PA 3 verificou o efeito da cobertura de serviços públicos de saúde bucal e indicadores socioeconômicos na frequência de hospitalizações e mortalidade pelocâncer no Brasil. O PA 4 avaliou o impacto de características sócio-demográficas sobre a prevalência de câncer de boca em estágio clínico avançado no Brasil. Nestes estudos ecológicos, os dados foram provenientes de sistemas de informação oficiais, de acesso público. Foram calculadas associações significativas entre variáveis independentes e desfechos, utilizando modelos de regressão multivariada e considerando p<0,05 e IC95%. O PA 5 consistiu em estudo de campo de valoração em saúde para o câncer de boca, verificando a influência do contexto socioeconômico e de saúde bucal, por meio de Aposta Padrão (AP) e Disponibilidade a Pagar (DAP). Regressões multivariadas de Poisson e Binomial Negativa foram desenvolvidas, considerando p<0,05 e IC95%. Nos resultados do PA 1, verificou-se maior frequência de diagnósticos de alterações de mucosa oral em cidades mais desenvolvidas (B=11,298; p<0,001) e com maior desigualdade (B=11,614; p<0,001), ao mesmo tempo em que cidades com maior desigualdade (B=8,159; p<0,001), maior proporção de saneamento básico inadequado (B=0,09; p=0,001), menor expectativa de anos de estudo (B=-0,718; p<0,001) e maiores taxas de analfabetismo (B=0,191; p<0,001) tiveram maior frequência de pacientes hospitalizados com câncer de boca e orofaringe. Para o PA 2, indivíduos do sexo masculino, com 60 anos ou mais (RP =14,7), residentes em países com maior desigualdade (RP=1,05), maior gasto com saúde per capita (RP =1,09) e maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento (RP=1,81), foram associados à maior taxa de mortalidade por câncer bucal na América Latina. No PA 3 foi verificado que cidades brasileiras com maiores população e Índice de Desenvolvimento Humano, mais desiguais e com menor cobertura de serviços de saúde bucal tiveram maior risco de ocorrência de casos e de frequência de óbitos pelo câncer de boca (p<0,001). O PA 4 demonstrou uma maior prevalência de câncer de boca em estágio clínico avançado no Brasil em indivíduos com maior escolaridade (OR=2,46; OR=3,05), ausência de parceiro (OR=14,20) e mais velhos (OR=4,08; OR=14,87). Quanto à valoração em saúde para o câncer de boca, no PA 5, participantes mais jovens (B=-0,250; p=0,023) e com menor escolaridade (B=-0,767;p<0,001) demonstraram menor AP para um possível tratamento. Para a DAP, indivíduos do sexo masculino (B=-1,821; p<0,001), com menor renda (B=-1,396; p=0,016) e maior impacto da saúde bucal na qualidade de vida (B=-0,066; p<0,001) estariam dispostos a pagar menos por um tratamento. Conclui-se que os fatores socioeconômicos estão fortemente associados ao diagnóstico, hospitalizações e óbitos pelo câncer de boca, sendo a desigualdade, escolaridade, oferta de serviços de saúde bucal, sexo e idade fatores de relevância. Além disso, o contexto socioeconômico influencia nas preferências e decisões dos indivíduos em relação aos cuidados de saúde e tratamentos para o câncer de boca.