Narrativas docentes: as performances de professores gays

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Gomes, Joanderson de Oliveira lattes
Orientador(a): Miranda, Joseval dos Reis lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29365
Resumo: O presente estudo investigou as performances de professores gays em um interior da Paraíba. Por meio de suas narrativas, o objetivo geral foi compreender como eles têm transitado no espaço educativo, e as performances que desenvolvem. Este trabalho vincula-se à linha de pesquisa dos Estudos Culturais da Educação, do Programa de PósGraduação em Educação da Universidade Federal da Paraíba. São acionados no desenvolvimento da escrita de forma mais enfática os conceitos de gêneros e sexualidades, assim como a ideia das performances e performatividades depreendidas por Butler (2019, 2020a, 2020b, 2022) e Borba (2014). Para além dessa discussão, o texto se fundamenta nas contribuições de autores/as como Louro (2019, 2020), Junqueira (2013, 2022), Seffner (2011, 2013), Sell (2006), Miskolci (2020), entre outros/as que fomentaram a discussão aqui estabelecida. A pesquisa se configura do tipo qualitativa, realizada por meio do estudo de caso. Para tanto foram entrevistados seis professores que se autodeclaram gays e atuam em escolas públicas e/ou privadas da cidade de Mamanguape/PB. A partir das demandas oriundas desse trabalho utilizei como ferramenta de geração de dados a entrevista narrativa, e para análise recorri aos Núcleos de Significação. A pesquisa mostrou um cenário educativo ainda vinculado aos ditames da heteronormatividade, desse modo, duas situações foram detectadas de um lado docentes que afirmam a sua sexualidade, como forma de enfrentamento e conquista de novos espaços e de outro, professores que mantém suas sexualidades ocultadas, como forma de proteção frente ao preconceito e a discriminação. Foi evidenciado o discurso ainda presente nos muros escolares que privilegia a heterossexualidade, o que alerta sobre como a tomamos enquanto padrão de normalidade. Não sendo ela questionada ou indagada sobre seus processos constitutivos, da mesma forma que a homossexualidade é cobrada para dizer de si e se justificar, nessa direção, destaca-se a importância de que as pesquisas que tomam por objeto de estudo as sexualidades não heteronormativas, tencionarem as questões sobre a heterossexualidade, fazendo a norma falar, tirando-a de sua zona de conforto e provocando-as nas reflexões que desenvolvemos.