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Efeito do material endodôntico na cariogenicidade do biofilme formado in vitro sobre lesões iniciais de cárie radicular natural

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Dantas, Hugo Victor lattes
Orientador(a): Sousa, Frederico Barbosa de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Departamento: Odontologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29859
Resumo: Atualmente, acredita-se que existe uma barreira de esclerose dentinária subjacente à lesão cariosa natural radicular, dificultando o transporte de materiais da polpa até a lesão cariosa radicular. Entretanto, esta visão é baseada em análises bidimensionais que não levam em consideração todo o volume dentinário entre a polpa e lesão cariosa radicular. Ainda, há evidências de desmineralização da dentina profunda subjacente a lesões cariosas radiculares iniciais, indicando um caminho facilitado de transporte de materiais entre a câmara pulpar e a superfície da lesão cariosa radicular. Neste contexto, o objetivo deste estudo in vitro foi testar a hipótese de que a composição do material endodôntico (solução irrigadora de clorexidina) afeta a cariogenicidade do biofilme formado sobre lesões cariosas radiculares iniciais ativas não cavitárias (CRIA) em dentes tratados endodonticamente. Foram realizados três estudos (com amostras pareadas): (1) com aplicação intracanal de solução irrigadora de clorexidina a 2% (n=8; G1: CRIA e G2: superfície hígida); (2) com aplicação intracanal de diferentes concentrações (0,0%; 0,25%; 0,5%) de solução irrigadora de clorexidina (n=24; superfícies com CRIA); e (3) com aplicação de solução de contraste radiográfico na superfície de CRIA e no canal radicular, em momentos distintos (n = 8). Em ambos, foram usados dentes anteriores permanentes (uniradiculares e com único canal) humanos que apresentavam CRIA e superfície radicular hígida (conforme seleção por um examinador calibrado: Kappa de 0,97), sendo os grupos experimental e controle, respectivamente. Através de análise em microtomografia computadorizada (microCT) foram excluídos dentes com raiz trincadas ou fraturadas, reabsorção radicular interna e lesão cariosa radicular cavitária. Em todos os dentes foram realizados acesso à câmara pulpar, por via oclusal, instrumentação dos canais radiculares e restauração oclusal com resina composta e em seguida, os dentes foram esterilizados com óxido de etileno. Posteriormente, os dentes foram submetidos por 5 dias a formação de biofilme Streptococcus mutans UA159 sobre a região teste, estando demais áreas radiculares protegidas por verniz resistente a ácido. Subsequente ao período de formação de biofilme, foram quantificados unidades formadoras de colônia (UFC), polissacarídeos extracelulares solúveis (PECs) e insolúveis (PECi) do biofilme. Finalizada a formação de biofilme, para o estudo 3, em cada dente foi usada solução aquosa de contraste radiográfico por 24 h, aplicada em momentos distintos em dois locais (superfície da CRIA e canal radicular), e em seguida feita análise histopatológica em microCT. Os resultados mostraram que no estudo 1, os biofilmes formados sobre CRIA apresentaram menor cariogenicidade com base nos parâmetros de UFC (p<0,0001; g de Hedge = -5,3; IC 95% = -7,8/-2,8), PECs (p<0,0001; g de Hedge = -1,51; IC 95% = - 2,8/-0,17) e PECi (p<0,0001; g de Hedge = 1,80; IC 95% = -3,2/-0,4). A concentração de clorexidina na solução irrigadora intracanal teve uma correlação negativa com a cariogenicidade do biofilme S. mutans (UFC) formado sobre CRIA (p = 0,0068; R = - 0,537; IC 95% = -0,17/-0,77; poder = 87,3%). Todas as lesões do estudo 3 apresentaram um caminho facilitado entre superfície e o canal radicular, nas duas maneiras de aplicação da solução de contraste. Concluímos que a solução irrigadora de clorexidina aplicada no canal radicular afetou negativamente a cariogenicidade do biofilme de S. mutans formado sobre a superfície de CRIA em virtude de um caminho facilitado de transporte entre o canal radicular e a superfície da lesão cariosa na raiz.