Linfócitos T CD8+ na Covid-19: avaliação de biomarcadores em formas clínicas leve e grave da doença

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Aureliano, Francisco Sandro lattes
Orientador(a): Lima, Tatjana Keesen de Souza lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Paraíba
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia
Departamento: Biotecnologia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/123456789/29680
Resumo: A doença do Coronavírus-19 (COVID-19) é uma doença respiratória altamente transmissível causada pelo Coronavírus da Síndrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS CoV-2). Os HCoVs de maior importância epidemiológica são MERS-CoV causador da síndrome respiratória do Oriente Médio, o SARS-CoV causador da síndrome respiratória aguda grave e o SARS-CoV-2 causadores da COVID-19. O SARS-CoV-2 é um beta coronavírus, de RNA e surgiu inicialmente na China em dezembro de 2019, cujos primeiros casos foram associados ao Mercado Atacadista de Frutos do Mar da cidade de Wuhan. Desde seu surgimento, os casos de COVID-19 têm se alastrado por diversos países, classificando assim uma pandemia. Os infectados por SARS-CoV-2, podem não apresentar sintomas ou apresentar sintomas variando de leves à letal. A atual situação pandêmica declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março de 2020, devido a disseminação do SARS-CoV-2 tem sido desafiadora para as autoridades em saúde a encontrar tanto soluções terapêuticas como preventivas para a doença, assim como compreender os seus efeitos no organismo humano do ponto de vista imunológico. Alguns descritos relatam principalmente alterações leucocitárias, com linfopenia e diminuição das células T, incluído as células T CD8+. As alterações na subpopulação de linfócitos T CD8+ elevam a produção dos níveis de expressão dos marcadores de ativação, proliferação e modulação indicando que pode haver respostas de células T CD8+ específicas nos pacientes com COVID-19. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivo investigar os mecanismos imunomodulatórios mediados pelas células T CD8 +, correlacionando as características clínicas de pacientes recuperados de formas leve e grave da COVID-19, no intuito de caracterizar presença de marcadores prognósticos. Para tal, amostras de sangue periférico foram obtidas de voluntários recrutados e distribuídos nos grupos controle (CTL - n = 9), leve IgG - (n = 5), leve IgG+ (n=6) e grave (n = 7). Amostras de PBMCs foram obtidas e incubadas sob 4 diferentes condições: não estimuladas (meio), estimuladas com peptídeos SARS-CoV-2 (Pool Spike CoV-2 e Pool CoV-2), e estimuladas com Staphylococcal enterotoxin B (SEB). As células T CD8+ foram analisadas e classificadas quanto a expressão de marcadores de ativação (CD38 e CD69), de proliferação (Ki-67), bem como à produção da citocina INF-ɣ e perfil citotóxico através da coexpressão de granzima B e perforina, e o marcador de degranulação CD107a entre os grupos controles e recuperados. As nossas análises demonstram de forma geral que tanto indivíduos que tiverem COVID leve e são IgG +, quanto indivíduos que tiveram a COVID na forma clínica grave apresentaram uma frequência menor de células T CD8+. Além disso, os dados demostraram ainda, que os grupos leves IgG- e/ou IgG+ apresentaram uma expressiva produção de marcadores de ativação CD69 e CD38, IFN - γ e células T CD8+ mais citotóxicas. Podemos concluir que os marcadores de ativação, degranulção e a citocina pró-inflamatória IFN – γ podem ser possíveis marcadores de prognóstico para a COVID-19 na forma clínica leve. Essa abordagem poderá nortear investimento em pesquisas na área da Biotecnologia, com abordagem em desenvolvimento de possíveis terapias alvo para esses marcadores, ou até mesmo desenvolvimento de testes diagnósticos mais rápidos e eficazes na predição de doenças graves.