Estresse oxidativo de aves em clareiras naturais e sub-bosque na região Amazônica
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
Museu Paraense Emílio Goeldi |
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Zoologia
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Departamento: |
Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/7392 |
Resumo: | Pesquisas que forneçam informações sobre a distribuição de aves nas diferentes fases do mosaico florestal são fundamentais para compreender os processos que mantém a diversidade de arvores e arbustos nas florestas tropicais, uma vez que as clareiras naturais contribuem para a heterogeneidade estrutural e elevada disponibilidade de recursos e, podem influenciar na distribuição e abundância dos organismos. Objetivos - São três objetivos: (a) determinar e comparar a abundância e riqueza de aves frugívoras e a disponibilidade de frutos em clareiras naturais e sub-bosque; (b) verificar a associação entre a abundância das aves frugívoras e disponibilidade de frutos nos ambientes; (c) investigar as interações ecofisiológicas entre o estresse oxidativo e a distribuição dos individuos de Dixiphia pipra e Willisornis poecilinotus a fim de determinar quais os fatores mais relevantes para o estresse oxidativo nestas duas espécies. Métodos - O estudo foi realizado no período de novembro de 2010 a outubro de 2011 em um trecho de floresta de terra firme na Floresta Nacional de Caxiuanã, Melgaço, Pará, Brasil. Foram selecionadas 06 unidades amostrais em clareiras naturais e 06 em áreas contínuas de floresta não alterada. Em cada unidade amostral foi instalado um grupo de 10 redes ao nível do solo, que permaneceram abertas das 6:00 h às 14:00 h por dois dias consecutivos, perfazendo seis dias a cada mês. Este procedimento foi realizado durante 12 meses. O esforço amostral total foi de 23.040 horas-redes. Todos os indivíduos capturados foram identificados, marcados com anilhas metálicas e mantidos em sacos de algodão. Também foram coletadas amostras de sangue, fezes ou de regurgito para determinar a composição da dieta e o estresse oxidativo. A relação entre substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico e a capacidade antioxidante total foi utilizado como índice de estresse oxidativo. As plantas frutificando foram identificadas e a capacidade antioxidante total dos frutos para cada espécie foi determinada. Resultados: foram capturados 347 indivíduos, pertencentes a 21 espécies. Clareiras naturais apresentaram assembleias de aves frugívoras distintas do sub-bosque e as espécies que mais contribuíram para a dissimilaridade foram Dixiphia pipra, Pipra rubrocapilla e Turdus albicollis. Não houve diferença na riqueza de aves frugívoras entre os ambientes, porém a disponibilidade de frutos e o número total de captura das aves foram superiores em clareiras naturais. Os frugívoros primários, aqueles em que as amostras de fezes ou regurgito sempre continham polpa do fruto e ou sementes, ocorreram preferencialmente em clareiras naturais e a espécie mais abundante neste ambiente foi Dixiphia pipra e no sub-bosque Pipra rubrocapilla. Foram registradas 36 espécies de plantas frutificando. As espécies de plantas mais comuns nas clareiras naturais foram Psychotria coloratae e Psychotria iodotricha, enquanto no sub-bosque sob dossel contínuo foram Faramea anisocalyx e Virola surinamensis. A abundância total de aves frugívoras foi correlacionada com o número de plantas frutificando somente nas clareiras naturais. A variação dos biomarcadores de estresse oxidativo nos indivíduos que apresentam organização em leques variou com o sexo e ambiente. Nas clareiras naturais, os machos adultos de Dixiphia pipra registraram níveis mais elevados de estresse oxidativo. A alta taxa metabólica, resultante do esforço de voo para evitar predadores, comportamento de exibição para as fêmeas e defesa de território podem aumentar a geração de compostos pró-oxidantes. Porém o consumo de frutos com alto teor antioxidante pelos machos neste ambiente podem minimizar os efeitos danosos do estresse oxidativo. Nas espécies que não apresentam organização em leque, como Willisornis poecilinotus, o estresse oxidativo foi explicado somente pelo ambiente. Os indivíduos capturados em clareiras naturais registraram níveis de estresse oxidativo mais elevado. Isto pode ser devido ao aumento da taxa metabólica associada as estratégias de voo para evitar a predação e comportamento de forrageio. |