Estudo sobre a circulação de arbovírus na população humana nas áreas de influência da Floresta Nacional de Caxiuanã, Melgaço, estado do Pará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Franko de Arruda e
Orientador(a): Martins, Lívia Caricio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/3536
Resumo: As arboviroses são importantes problemas de saúde pública em especial para as comunidades amazônicas devido ao intimo contato com ambiente silvestre. Nesse contexto, destacam-se as comunidades residentes nas áreas de influência da Floresta Nacional (FLONA) de Caxiuanã, onde foi realizada a pesquisa de arbovírus em 632 indivíduos residentes em 16 comunidades, onde 100 % residiam na zona rural entre novembro de 2014 e março de 2016. Dos 632, 319 (50,4 %) eram do sexo feminino, 359 (56,8%) tinham até 19 anos e 12 (1,8%) indivíduos relataram pelo menos um sinal/sintoma sugestivo de arboviroses. Foram coletadas 1120 amostras biológicas, dessas, 12 (1,07%) eram sangue e 1108 (98,93%) soros. Das amostras de soro, 156 (14,1%) eram amostras únicas e 952 (85,9%) pareadas. As amostras de sangue foram utilizadas para tentativa de isolamento viral, onde não foi observado o isolamento de arbovírus. As amostras de soro foram submetidas a triagem sorológica pelo teste de inibição da hemaglutinação (IH) contra um painel de dezenove antígenos virais dos gêneros Alphavirus, Flavivirus e Orthobunyavirus. No IH em 360 (56,96%) dos indivíduos investigados foram detectados presença de anticorpos para os arbovírus testados, sendo 302 (83,89%) para o gênero Flavivirus, 147 (40,83%) para Alphavirus, 88 (24,44%) para Orthobunyavirus. Soroconversão foi observada em 15 (1,57%) amostras, sendo 7 (46,6%) para Alphavirus e 8 (53,4 %) para Flavivirus. Para avaliar as possíveis relações estatísticas, entre características como idade, sexo e histórico de deslocamento e os resultados de IH, foi utilizado o teste do Qui-quadrado (X2), onde foi observada significância estatística entre a detecção de anticorpos para o gênero Alphavirus e o sexo masculino (x2=15,364; p <0,001), foi observada a significância estatística para o histórico de deslocamento e a detecção de anticorpos para os gêneros Flavivirus e Orthobunyavirus (x2=5,089; p=0,024), (x2= 10,804; p= 0,001) respectivamente. O MAC-ELISA para Flavivirus foi realizado para todos os indivíduos com anticorpos para esse gênero no IH, e em 25 (8,3%) houve detecção de anticorpos para pelo menos um dos antígenos testados, sendo 15 (60%) apresentaram reações cruzadas para mais de um antígeno testado, 6 (24%) tiveram detecção de IgM para o ROCV e 4 (16%) para ILHV. Nos indivíduos com presença de anticorpos para gênero Alphavirus no IH, 89 (60,5%) apresentaram anticorpos para o MUCV, que foram submetidos a teste de neutralização em camundongos recém-nascidos para MUCV. Em 51 (57,3%) investigados observou- se a presença de anticorpos neutralizantes para esse vírus. Para verificar a presença de autocorrelação espacial entre a presença de anticorpos neutralizantes para MUCV e a comunidade, utilizou-se o diagrama de dispersão de Moran, cujo valor do índice de 0,478463, indica autocorrelação espacial fortemente positiva com as comunidades: Santo Antônio, Base ICMBio e Família Prof. Nazirene Silva. Os resultados aqui apresentados evidenciam a circulação de diversos arbovírus de interesse em saúde pública nessa população.