Geologia, petrologia e geoquímica dos granitóides cálcico-alcalinos da região de Portovelo-Zaruma, El Oro-Equador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1996
Autor(a) principal: LOYOLA PAZ, Jorge Eduardo
Orientador(a): DALL'AGNOL, Roberto lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11472
Resumo: Na região de Portovelo-Zaruma, no sudoeste do Equador, na encosta Ocidental da Cordilheira Ocidental dos Andes Equatorianos, ocorrem cinco corpos granitóides (El Prado, Guayabo-Porotillo, Ambocas, Rios Luis-Ambocas e Amarillo-Pindo) os quais foram mapeados na escala 1: 60.000. As demais unidades aflorantes na região ainda carecem de estudos mais aprofundados, tendo sido efetuado apenas um reconhecimento regional nas mesmas. Destacam-se : o Grupo Tahuin, subdividido nas Formações San Roque e Capiro, ambas provavelmente do Paleozóico. A primeira é composta de quartzitos, xistos, gnaisses, migmatitos e anfibolitos, este último pertencente possivelmente ao Grupo Piedras. A segunda é representada por quartzitos, filitos e xistos; Formação Celica, possivelmente de idade Cretácea, composta por basaltos e andesitos; acha-se dobrada e recoberta discordantemente por outra sequência vulcânica terciária formada por rochas piroclásticas e derrames andesíticos. Os vários corpos granitóides afloram em áreas muito próximas e, tendo em vista as suas semelhanças geológicas e petrográficas, é possível que representem partes descontínuas de um único batólito, exposto descontinuamente no atual nível de erosão. As idades desses granitóides não são definidas sendo, entretanto, consideradas triássicas a cretáceas. O granitóide El Prado secciona a Formação Capiro. Apresenta forma alongada na direção NW-SE, com dimensões aproximadas de 10 km de comprimento por 3 km de largura. O granitóide Guayabo-Porotillo está colocado no Grupo Tahuin e apresenta forma alongada na direção NW-SE, e dimensões aproximadas de 7 km de comprimento por 3 km de largura. O granitóide Ambocas apresenta forma grosseiramente circular, com aproximadamente 3 km de diâmetro e secciona a Formação Capiro. Os granitóides Rios Luis-Ambocas e Amarillo-Pindo são muito pequenos e seccionam as Formações San Roque e Capiro, respectivamente. As relações desses granitóides com a Formação Celica não são conclusivas, pois os contatos existentes acham-se encobertos ou em áreas inacessíveis. Considerando o conjunto de granitóides, as fácies presentes caracterizam uma série expandida que inclui: gabros, quartzo-gabros, quartzo-dioritos, tonalitos, granodioritos e monzogranitos. No diagrama Q-A-P, seguem preferencialmente o trend cálcio-alcalino tonalítico, mas há amostras granodioríticas e monzograníticas que se dispõem segundo o trend cálcio-alcalino granodiorítico. Foram distinguidos dois conjuntos de rochas: (a) relativamente enriquecidas em minerais máficos, com rochas máficas a intermediárias, em que são dominantes gabros, quartzo-gabros e quartzo-dioritos. (b) rochas granitóides tonalíticas, granodioríticas e monzograníticas de caráter mais félsico. os minerais máficos são piroxênios, anfibólios e biotita no primeiro grupo e biotita no segundo. As rochas félsicas do corpo Guayabo-Porotillo apresentam frequentemente muscovita primária e enriquecimento em quartzo, bem como intensa alteração hidrotermal. A muscovita também é uma fase importante nos granitóides dos corpos Ambocas, rios Luis-Ambocas e rios Amarillo-Pindo. O anfibólio é expressivo em alguns granitóides do corpo El Prado. As texturas das rochas máficas a intermediárias são porfiríticas, pilotaxíticas, ou seriadas, havendo localmente texturas em peneira nos plagioclásios. As rochas félsicas apresentam textura granular hipidiomórfica dominante, granulação média e não exibem evidências de deformação. Os dados geoquímicos desses granitóides revelam a existência de um intervalo composicional entre as rochas máfico-intermediárias e as félsicas. Entretanto, o conjunto enquadra-se perfeitamente em uma série cálcio-alcalina, cujas características são análogas às observadas no magmatismo plutônico andino de arco continental. As rochas máficas intermediárias são claramente metaluminosas. As rochas enriquecidas em muscovita são peraluminosas a fortemente peraluminosas, havendo uma descontinuidade entre os dois conjuntos ao invés de uma passagem gradual. No diagrama razão logarítmica de cálcio/álcalis vs. sílica, as rochas situam-se dominantemente no campo dos granitóides cálcio-alcalinos de arcos normais. Porém, diversas amostras dos granitóides enriquecidos em sílica localizam-se fora do trend geral, refletindo contaminação crustal ou forte alteração hidrotermal. Dentre os vários corpos, as amostras de El Prado parecem as menos perturbadas. Elas seguem um trend muito similar ao das séries do cinturão móvel da Nova Guiné e dos granodioritos tardios do Panamá. Os elementos traços confirmam um ambiente tectônico de arco vulcânico (VAG). Dentre os dois conjuntos de granitóides, os metaluminosos assemelham-se em termos petrográficos e geoquímicos aos granitos do tipo I australiano. Entretanto, em relação ao ambiente tectônico, correspondem melhor aos granitos do tipo I cordilheirano. Os granitóides peraluminosos, à primeira vista análogos aos granitos do tipo S australianos, deles divergem uma vez que não exibem cordierita, mineral típico dos granitóides do tipo S australiano. Admite-se que os granitóides peraluminosos derivaram de magmas do tipo I, contaminados localmente com material metassedimentar através de processos de assimilação, assemelhando-se ao descrito no SW da América do Norte. Outras possibilidades, válidas, sobretudo para as rochas extremamente peraluminoas, seriam a sua descrição a partir de uma fonte sedimentar ou o seu empobrecimento acentuado em álcalis ser devido a transformações subsolidus.