Petrologia magnética dos Granitoides Neoarqueanos da Suíte Vila Jussara - Província Carajás, Cráton Amazônico.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SOUSA, Luan Alexandre Martins de lattes
Orientador(a): DALL'AGNOL, Roberto lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11877
Resumo: A Suíte Vila Jussara (SVJ) compreende diversos stocks graníticos de idade neoarqueana (~2,75-2,73 Ga), intrusivos em unidades mesoarqueanas e distribuídos nas porcões central e norte do Domínio Sapucaia na Província Carajás. Os granitoides da SVJ são constituídos por granitos ferrosos reduzidos e oxidados, bem como por granitos magnesianos. Petrograficamente, foram distinguidas quatro variedades de rochas na SVJ: (1) Biotitahornblenda monzogranito (BHMzG); (2) Biotita-hornblenda tonalito (BHTnl); (3) Biotita monzogranito (BMzG); (4) Hornblenda-biotita granodiorito (HBGd). O estudo de suscetibilidade magnética (SM) nas rochas da SVJ mostrou valores bastante variáveis (SM; 0,14 x10-3 a 30,13 x10-3), distribuídos em três populações (A, B e C). Com base no comportamento magnético e nos óxidos de Fe e Ti revelaram que os BHMzG se divide em dois subgrupos: o primeiro com SM muito baixa a baixa (SM 0,14 x10-3 e 0,81 x10-3; populações A e B1) marcado pela dominância de ilmenita com coroas de titanita, bem como a presença subordinada de magnetita e de cristais de pirita, estes últimos evidenciados somente na subpopulação B1; o segundo exibe valores moderados a altos de SM (1,91 x10-3 a 6,02 x10-3; subpopulações B3 e C1), sendo caracterizado pela dominância de magnetita sobre ilmenita. Os BHTnl apresentam valores moderados de SM (0,85 x10-3 a 1,36 x10-3; subpopulação B2, com exceção de uma única amostra com alto valor de SM pertencente a subpopulação C2) e apresentam dominância de pirita, secundada por magnetita que é mais abundante que ilmenita. Os BMzG e HBGd se caracterizam por valores de SM relativamente mais elevados (respectivamente, SM 2,14 x10-3 a 6,01 x10-3 e SM 6,02 x10-3 a 25,0 x10-3; subpopulações B3, C1 e C2) e ambos são caracterizados pela dominância de magnetita sobre pirita, com raras ocorrências de ilmenita. Em termos geoquímicos, o primeiro subgrupo dos BHMzG exibe sílica > 70 % e afinidade com os granitos ferrosos reduzidos; o segundo apresenta sílica variável entre 63 e 70% e é similar aos granitos ferrosos oxidados. Todos os demais grupos apresentam características de granitos magnesianos com a sílica crescendo dos BHTnl para os HBGd e BMzG. As composições de biotita variam na passagem dos BHMzG do subgrupo 1 para o subgrupo 2 e destes para os granitos magnesianos e são compatíveis com aquelas da série Ilmenita para transicionais entre séries Ilmenita e Magnetita e, finalmente, série Magnetita. Neste mesmo sentido, as composições de anfibólio indicam baixa, moderada e transição entre moderada e alta fugacidade de oxigênio. As quatro variedades da SVJ se formaram em diferentes graus de oxidação, sendo o primeiro subgrupo dos BHMzG formado em condições reduzidas (<FMQ) ou moderadamente reduzidas (coincidente ou ligeiramente acima de FMQ); o segundo grupo dos BHMzG se formou em condições moderadamente oxidantes (entre NNO e NNO-0,5); finalmente os granitos magnesianos se formaram em condições oxidantes com fO2 comparativamente mais elevada (entre NNO e NNO+1). A magnetita se mostra em geral parcialmente martitizada e a pirita está intensamente alterada para goethita, podendo formar pseudomorfos. Além das quatro variedades descritas, ocorrem localmente biotita-hornblenda sienogranitos a monzogranitos equigranulares médios que exibem paradoxalmente alto valor de SM e conteúdo modal elevado de magnetita, ao lado de razões FeOt/(FeOt+MgO) em rocha total, biotita e anfibólio extremamente elevadas, indicativas de formação em condições redutoras. Admite-se que estes granitos se formaram em tais condições, porém não se conseguiu explicar os altos conteúdos modais de magnetita e a elevada SM. A comparação da SVJ com granitoides neoarqueanos afins da Província Carajás, revela que o primeiro subgrupo dos BHMzG exibe forte semelhança com os granitos da Suíte Planalto, do Complexo Granítico Estrela, e com os granitos de caráter reduzido dos granitoides da região de Vila União, enquanto que as demais variedades se aproximam mais dos granitos ferrosos oxidados e magnesianos de Vila União. Os granitoides da SVJ diferem daqueles do pluton neoarqueano Matok, do Cinturão Limpopo na África do Sul, por serem os últimos mais acentuadamente magnesianos e mais fortemente oxidados.