Diversidade de inimigos naturais em cultivos de palma de óleo Elaeis guineensis implantados em sistemas agroflorestais para agricultura familiar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: ESPIRITO SANTO, Lorena Nunes do
Orientador(a): LEMOS, Walkymário de Paulo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Agriculturas Amazônicas
Departamento: Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/13141
Resumo: A cultura da palma de óleo ou dendezeiro (Elaeis guineensis Jacq.) é uma alternativa promissora para a recuperação de áreas degradadas na Amazônia brasileira, além de promover a fixação do homem no campo. Entretanto, quando estabelecida em sistemas de monocultivo apresenta condições favoráveis para o surgimento e a multiplicação de insetos-praga, particularmente broqueadores e desfolhadores. Desta forma, esta pesquisa objetivou conhecer e quantificar a diversidade de insetos-praga e seus inimigos naturais em três sistemas distintos de cultivo de palma de óleo no município de Tomé-Açu, Pará, entre maio de 2009 e janeiro de 2010. Duas propriedades cultivaram a palma de óleo, como cultura principal, em sistema agroflorestal (SAF) com diferentes combinações de preparo de área. A terceira área de estudo foi um monocultivo de palma de óleo, caracterizando o modelo atual de cultivo dessa palmácea na região Amazônica. Em todas as áreas estudadas as palmeiras de óleo apresentaram idades semelhantes e foram monitoradas nos meses de maio, junho, outubro, dezembro de 2009 e janeiro de 2010. Avaliou-se, nos diferentes sistemas, a diversidade de insetos-praga e inimigos naturais em dois extratos distintos: solo e copa das plantas. Armadilhas tipo “pitfall” foram utilizadas para as coletas de artrópodes do solo (particularmente predadores), enquanto armadilhas adesivas amarelas foram utilizadas para captura de insetos presentes na parte aérea das plantas. A precipitação pluviométrica foi registrada ao longo da pesquisa em todas as áreas estudadas. As ordens que apresentaram maior diversidade de espécies nos sistemas biodiversificados e monocultivo, independente do tipo de armadilha, foram Hymenoptera, Hemiptera, Araneae e Coleoptera, os quais possivelmente estão associados com a manutenção do equilíbrio das populações de herbívoros nesses ambientes. A similaridade de espécies coletadas em armadilhas de solo e adesivas entre as áreas estudadas sofreu influência do histórico de ocupação das áreas e dos meses de coleta, tendo a precipitação efeito sobre a diversidade de artrópodes coletados nos diferentes sistemas de cultivo de palmeira de óleo. Diferentes gêneros de formigas (p. ex., Solenopsis e Pheidole) coletados nesta pesquisa têm representantes predadores, fato que reforça a hipótese do potencial das mesmas para atuarem como inimigos naturais de pragas nesses sistemas. Os diferentes sistemas de cultivo de palmeira de óleo avaliados registraram grande diversidade de aranhas, possivelmente, por oferecerem disponibilidade de recursos alimentares diversificados (p. ex., insetos) para esses inimigos naturais generalistas. Esta pesquisa é a primeira a registrar a diversidade de aranhas de solo em cultivos de palmeira de óleo na Amazônia Oriental brasileira, fato que fornece subsídios para futuros estudos ecológicos sobre o grupo. Embora esta pesquisa apresente resultados dos primeiros dois anos de implantação do cultivo de palmeira de óleo em campo, os mesmos revelam a importância de estudos que objetivam avaliar a influência de ambientes biodiversificados na manutenção e multiplicação de inimigos naturais para atuarem no controle biológico de insetos-praga de diversos cultivos