Sedimentação recente e condições físico-químicas das águas do Lago Novo – Cabo Norte/AP

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: COSTA, Wagner José Pinheiro lattes
Orientador(a): EL-ROBRINI, Maâmar lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14935
Resumo: O estudo do Lago Novo, considerado o maior e de grande potencial econômico para o estado do Amapá, surgiu da necessidade de informações científicas sobre a região, principalmente no sistema lacustrino. Com essa finalidade foi realizado esta pesquisa de cunho sedimentológico e geoquímico. Este lago está situado na porção mais interna da Planície Costeira do Estado do Amapá, na região do Cabo Norte. Encontra-se instalado em sedimentos do Grupo Barreiras e sedimentos recentes, distando 20 Km de rochas cristalinas do Escudo Guianense e possuindo uma área aproximada de 104 Km². As águas desse lago apresentam uma variação sazonal bastante significativa tanto na temperatura (29,9 °C, no período chuvoso e 34,1 °C, no período de estiagem) quanto no pH (5,65 no período chuvoso e 7,95 no período de estiagem). Os baixos valores de condutividade elétrica, inferiores a 40 µs/cm, descartam uma possível influência do estuário do Rio Araguari, enquanto que as análises de sólidos totais dissolvidos (STD) e sedimentos em suspensão indicam pequena quantidade de íons e sedimentos em suspensão nas águas do lago. Os sedimentos de fundo do lago apresentam-se distribuídos em 5 classes granulométricas: areia, areia-siltosa, silte-arenoso, silte e silte-argiloso. O estudo da distribuição faciológica desses sedimentos mostrou que os sedimentos do fácies areno-siltoso e silte-arenoso ocupam cerca de 47% da área do lago; os do fácies siltoso, 44%; os do fácies arenoso, 6% e os do fácies silte-argiloso, 3% da área do lago. As análises quantitativas definiram a ocorrência de 4 grupos de argilo-minerais: caulinita, esmectita, ilita e clorita. As análises semi-quantitativas permitiram estabelecer os valores médios relativos à abundância dos argilo-minerais nos sedimentos do lago: caulinita/clorita com 72,6%; esmectita 14% e ilita 13,4%. De acordo com a razão entre os argilo-minerais encontrados ocorrem 4 zonas com paragênese distintas: I) razão caulinita/esmectita de 1,3/1 e caulinita/ilita de 5/1; II) razão caulinita/esmectita de 10/1 e caulinita/ilita de 5/1; III) razão caulinita/esmectita de 3,3/1 e caulinita/ilita de 6/1; IV) razão caulinita/esmectita de 26,4/1 e caulinita/ilita de 8,2/1. Os resultados desta pesquisa indicam que os elementos que compõem o sistema do Lago Novo são produtos da ação de agentes intempéricos atuando sobre rochas e sedimentos adjacentes, sob influência direta da rede de drenagem, geomorfologia e mudanças climáticas sazonais.