A Planície Costeira Bragantina (NE do Pará): influência das variações do nível do mar na morfoestratigrafia costeira durante o holoceno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1995
Autor(a) principal: SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e lattes
Orientador(a): EL-ROBRINI, Maâmar lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14930
Resumo: A Planície Costeira Bragantina, com uma área aproximada de 1.570 Km2 está localizada na Bacia Costeira Cretácea de Bragança-Viseu (NE do Pará). A arquitetura da bacia e sua paleotopografia, associada a movimentações tectônicas recentes tem controlado a distribuição e a espessura dos depósitos terciários e quaternários. Esta planície costeira constitui um sistema deposicional denominado por macromaré (6m), desenvolvido sob condições de um clima equatorial quente e úmido, com uma estação chuvosa e outra seca bem definidas e precipitação média anual equivalente a 3.000 mm. A geomorfologia da área é compartimentada em três padrões morfológicos: (1) planície aluvial, com canal fluvial, levees e planície de inundação; (2) planície estuarina, com canal estuarino compartimentado em funil estuarino, segmento retilíneo e meandrante e canal de curso superior, córregos de marés e planície de inundação e; (3) planície costeira, com ambientes de pântano salino (interno e externo), planície de maré (manguezais de supramaré, intermaré e planície arenosa com baixios de marés), chenier, dunas costeiras e praias. O estudo da morfoestratigrafia permitiu a caracterização de 11 unidades morfoestratigráficas: (1) planície de inundação, (2) levees, (3) barra de canal, (4) manguezal de supramaré, (5) pântano salino, (6) manguezal de intermaré, (7) planície arenosa, (8) barra em pontal, (9) dunas costeiras, (10) chenier e (11) praias e 4 fácies estratigráficos: (1) areia fluvial, (2) areia e lama marinha/estuarina, (3) areia e lama com estratificação heterolítica e (4) areia lamosa mosqueada. A análise estratigráfica permitiu a individualização de três seqüências estratigráficas: (1) marinha transgressiva basal (S1), com ambientes fluvial, pantanoso e fase praial (“shoreface”); (2) marinha regressiva (S2), com ambientes fluvial, planície de maré, chenier e pântano salino e; (3) marinha transgressiva atual (S3) com ambiente estuarino e litorâneo. A evolução desse sistema deposicional na Planície Costeira Bragantina está associada às oscilações do nível do mar durante o Holoceno Superior. No máximo da tansgressão holocênica (6.000 anos A.P.), uma elevação do nível do mar invadiu as áreas costeiras, erodindo o Planalto Costeiro (Grupo Barreiras). Após este evento, ocorreu a progradação da planície lamosa, sob condições regressivas ou do nível de mar estável, sobre o lençol arenoso transgressivo basal. Portanto, períodos erosivos, provavelmente, relacionados a rápidas subidas do nível do mar ou a mudanças climáticas, afetaram a descarga dos rios, permitindo a formação de cheniers. Atualmente, novos depósitos arenosos migram sobre a planície lamosa.