Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Ana Patrícia Reis da
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Orientador(a): |
MANESCHY, Maria Cristina Alves
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia
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Departamento: |
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15089
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Resumo: |
Este estudo objetiva analisar o trabalho e a organização coletiva de mulheres catadoras (processadoras) de caranguejos, na Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu, no município de Bragança, litoral do Estado do Pará. Contribui com o debate sobre a centralidade da dimensão de gênero na construção do desenvolvimento socioambiental. Conforme o referencial teórico, nesta visão de desenvolvimento a economia não se separa da sociedade, os direitos territoriais de povos tradicionais são garantidos e a equidade de gênero é um atributo fundamental, com paridade de participação de mulheres e homens na vida social. Seguindo abordagem qualitativa, foram feitas observações e entrevistas semiestruturadas com 30 mulheres nas comunidades de Treme, Taquandeua, Rio Grande e Vila Bonifácio e entrevistas em profundidade com lideranças locais, visando: 1) reconstituir a história da catação de caranguejos e a estruturação de sua cadeia produtiva, a trajetória ocupacional das mulheres, a divisão sexual e as condições de trabalho e de inserção no mercado; 2) analisar a recém-criada Rede de Mulheres Caeteuaras. Essa associação quer gerar renda e valorizá-las como profissionais da pesca e, nesse processo, abraça ideais de equidade de gênero e conservação ambiental. A hipótese do estudo é que a organização das mulheres na Rede, embora em seu início, aponta para duas direções de mudança: ajuda na visibilidade e valorização da atuação feminina na cadeia produtiva pesqueira e potencializa o desenvolvimento socioambiental do território da RESEX. A pesquisa revelou haver diferentes formas sociais de catação doméstica: a familiar, as catadoras o serviço de um patrão e as que adquirem a matéria-prima de comerciantes de fora, beneficiam e vendem. As catadoras seguem em posição subordinada, pois não controlam o produto, os preços e a demanda por seu trabalho. Nesse cenário, a Rede de Mulheres Caeteuaras pretende operar de modo inovador. Os resultados mostram que as participantes da Rede se tornam conscientes de seu status de trabalhadoras extrativistas, por meio de cursos e formações, mas ainda não conseguem alterar as práticas de trabalho e comercialização. É preciso ampliar a rede de parceiros e acessar recursos materiais e sociais. Seus projetos, contudo, apontam para novos sentidos de mercado, confirmando em parte a hipótese de pesquisa. A cozinha comunitária prevê associar qualidade do produto, saúde ocupacional e estruturas de apoio às jovens mães no cuidado com os filhos e na conciliação entre trabalho e cuidados. O estudo ratifica a importância de organizações de mulheres para o desenvolvimento socioambiental, contando com o suporte das associações da RESEX e dos poderes públicos pertinentes. Isso porque, as condições concretas em que as catadoras vivem e participam do mercado são marcadas por bloqueios estruturais, onde se cruzam barreiras de gênero e de classe, sociais e culturais. |