As trabalhadoras e trabalhadores têxteis e sua fábrica em Santarém: experiência operária, Justiça do Trabalho e indústria de sacaria no Baixo Amazonas, 1951-1990

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: TRISTAN, Daniela Rebelo Monte lattes
Orientador(a): FONTES, Edilza Joana Oliveira lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/15782
Resumo: Este trabalho trata da experiência da(o)s trabalhadore(a)s da única fábrica de fiação e tecelagem de juta e malva do Baixo Amazonas, a Tecejuta, estabelecimento de grande porte cuja história como empresa se estende de 1951, data de sua fundação, a 1990, ano de seu fechamento. A fim de melhor compreender essa experiência, discutimos inicialmente a história da fábrica, que guarda uma importante interseção com a história do próprio cultivo da juta na Amazônia e com a história do planejamento regional, as quais, por esse motivo, aqui também são focalizadas. Discutimos ainda as relações entre campo e cidade na região e suas implicações no que concerne à cultura e perfil das trabalhadoras e trabalhadores da Tecejuta, além de sua noção de direito costumeiro. A seguir, é abordada a emergência da Junta de Conciliação e Julgamento de Santarém e seus efeitos nas relações de trabalho do município e da região, bem como os padrões de utilização da mão de obra pela fábrica em sua primeira fase, que evidenciam seu enraizamento no modo tradicional de relacionamento da elite econômica local com seus subalternos na sociedade. Na sequência, examinamos os padrões de aplicação do poder disciplinar na fábrica e sua política de demissões, particularmente de mulheres, buscando identificar suas alterações após a intervenção do Banco de Crédito da Amazônia e da Sudam na empresa, entre 1970 e 1976, assim como no período posterior. Por fim, abordamos as mobilizações reivindicatórias dos trabalhadores e trabalhadoras da fábrica e suas formas de organização sindical. Permeando a construção do texto a partir do capítulo 3, procuramos identificar e compreender os modos de resistência das trabalhadoras e trabalhadores dentro da fábrica e suas táticas ao recorrer à Justiça do Trabalho em busca da efetivação de direitos, o que configurava uma forma de construção de sua cidadania.