Morfodinâmica e transporte de sedimentos na praia da Romana, Ilha dos Guarás (Nordeste do Pará)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: RANIERI, Leilanhe Almeida lattes
Orientador(a): EL-ROBRINI, Maâmar lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11580
Resumo: Os processos costeiros: ondas, marés, correntes associadas e ventos modelam a face praial e contribuem no transporte e distribuição de sedimentos em praias. Devido à atuação destes processos, a realização de experimentos é bastante dificultada pelos altos níveis de turbulência gerados pela arrebentação das ondas. Na praia emersa, os ventos adquirem a função de transportar e distribuir os sedimentos depositados pelo espraiamento das ondas. Na Praia da Romana, cordões arenosos progradacionais orientados em direção W indicam o transporte de sedimentos predominante nesta direção. O objetivo principal deste trabalho é analisar a dinâmica deste transporte nesta praia. A praia barreira da Romana está situada na foz do rio Pará, em uma área de alta hidrodinâmica, é dominada por ondas (RTR < 3) no período menos chuvoso, sobretudo durante a maré vazante, e por ondas e maré (> 3 RTR < 7) no período mais chuvoso, principalmente pelas correntes de maré enchente. O regime de maré dominante na praia é de macromaré no período mais chuvoso (altura de 4,3 m - março de 2010) e de mesomaré no período menos chuvoso (altura de 3,4 m - agosto de 2010). As ondas incidentes na Praia da Romana (em média de 1,5 m de altura) são essencialmente de NE, pois os ventos chegam nesta direção na praia. As correntes geradas por ondas propagam-se para direção W, assim como a corrente de maré dominante na praia: corrente de maré enchente. Os procedimentos metodológicos foram aplicados na praia segundo dois conjuntos: (a) de experimentação de métodos tradicionais e (b) de métodos alternativos para analisar o transporte de sedimentos. O primeiro foi aplicado na parte emersa da praia, através da realização de perfis transversais de praia nos setores Oeste, Central e Leste, e medições da velocidade e direção dos ventos locais na linha de maré alta de cada perfil. O segundo corresponde à aplicação de armadilhas de sedimentos na linha de maré alta (parte emersa da praia) e na zona de surf (parte submersa da praia) de cada setor da praia, e na medição da intensidade das correntes costeiras, da altura, período e ângulo de incidência de ondas na parte submersa de cada perfil. A aquisição dos dados ocorreram durante 4 campanhas de campos, adotando o ciclo hidrológico sazonal: (a) transição sazonal do período menos chuvoso para o período mais chuvoso (janeiro de 2010), (b) em meio ao período mais chuvoso, em março de 2010 (dia de maré equinocial) e maio de 2010, e durante o (c) período menos chuvoso (agosto de 2010). Durante todo o ciclo sazonal estudado, obteve-se o volume de sedimentos final positivo no Setor Oeste (409 m3/m) e negativo no Setor Central (-306 m3/m) e no Setor Leste (-339 m3/m). O coeficiente final de variação da largura da praia foi de 9,08% no Setor Oeste; 7,43% no Setor Central; e 13,33% no Setor Leste. Nota-se o predomínio de areia fina (>2 phi a 3 phi) bem selecionada (0,35 phi a <0,50 phi) e muito bem selecionada (<0,35 phi) na Praia da Romana. Dados correspondentes a aplicação de parâmetros estatísticos granulométricos na parte emersa da praia indicam a predominância do transporte de sedimentos no sentido E-W, verificou-se que os valores da Média vão aumentando do Setor Leste (mínimo valor encontrado: 2,31 phi em agosto de 2010) para o Setor Oeste (máximo valor encontrado: 3,37 phi em agosto de 2010), implicando também no aumento no grau de assimetria nesta ordem (Setor Leste ao Setor Oeste), e o grau de seleção e curtose aumenta do Setor Oeste para o Setor Leste. Maiores alturas de ondas (> 1,3 m), intensidade de correntes costeiras (> 0,3 m/s) e maiores quantidade de sedimentos retidos nas armadilhas eólicas (> 0,02 g) ocorreram no Setor Oeste, indicando também a predominância do transporte de sedimentos no sentido E-W. Durante a maré enchente, aumenta a quantidade de sedimentos retidos nas armadilhas de sedimentos aplicados na zona de surf, principalmente os sedimentos mais finos e nas armadilhas de fundo, assim como aumenta a intensidade das correntes longitudinais (máximo valor no Setor Oeste em janeiro: 1,41 m/s), da altura de ondas (máximo de 1,62 m no Setor Central em agosto) e a intensidade dos ventos (7,5 m/s no Setor Leste em agosto). Isto é devido à influência das correntes de maré enchente ser maior que as correntes de maré vazante na Praia da Romana. A forçante mais expressiva atuante na área de estudo corresponde às correntes de maré enchente (fluindo e intensificando-se do Setor Leste ao Setor Oeste) e, secundariamente, os ventos fluindo nesta mesma direção preferencial, mantendo o aporte sedimentar em direção W.