Caracterização morfossedimentar da Praia do Caripi (Barcarena/PA) antes e após a construção da nova orla

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SOUSA, Bianca Abraham de Assis lattes
Orientador(a): RANIERI, Leilanhe Almeida lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16698
Resumo: Praias estuarinas são caracterizadas por serem ambientes de transição entre oceano e rio que permitem depósitos de sedimentos como areia e cascalho, onde a força das ondas associadas as correntes fluviais e de marés retrabalham os sedimentos levando a um nível adicional de complexidade na morfodinâmica praial. Estas praias são comuns na zona costeira amazônica e alvo de diversas ações antrópicas através da urbanização, turismo e instalações portuárias. O trabalho realizado analisou a morfologia da praia estuarina do Caripi (município de Barcarena, Estado do Pará), no intuito de verificar as alterações em sua dinâmica sedimentar, principalmente em consequência da obra de contenção de erosão na praia inaugurada em 2018. Pretendeu-se comparar dados topográficos coletados em 2016, com dados atuais (2019 e 2020), pós-construção da nova orla, além de avaliar se a erosão costeira na praia ficou efetivamente contida, pelo menos a curto prazo. A pesquisa foi realizada pelo Laboratório de Oceanografia Geológica da Universidade Federal do Pará (LABOGEO/UFPA) em parceria com o Laboratório de Geologia de Ambientes Aquáticos da Universidade Federal Rural da Amazônia (LGAA/UFRA). Foram realizados trabalhos de campo durante dois anos (setembro/2019 e novembro/2020), onde ocorreu a coleta de dados topográficos em 5 perfis praiais com o uso de Estação Total, modelo RUIDE RTS-822R³. Tais dados foram comparados à pesquisa já realizada em janeiro/2016, quando não havia a construção da nova orla. O perfil praial mais extenso e plano (1° de declividade) foi o C5 (215 m de face praial em 2016 a 111 m em 2020), o menos extenso e mais íngreme (6° a 3° de declividade) foi o perfil C1 (30 m de face praial em 2016 a 72 m em 2020). Verificou-se algumas mudanças morfológicas significativas na praia de 2016 a 2020, relacionada às questões de alteração do estado morfodinâmico praial. No perfil C3, por exemplo, prevalecia o estado dissipativo em 2016, passando para o estado reflexivo em 2019-2020, ou seja, após a construção da nova orla com o muro de gabião, originou-se uma face praial mais íngreme na porção central da praia. Por outro lado, o perfil C1 alterou do estado morfodinâmico reflexivo em 2016 para o intermediário em 2019-2020. Constatou-se que a erosão costeira persiste mesmo após a construção do muro de gabião na praia, cuja efetividade da obra tem sido baixa frente ao referido problema. Notou-se que o muro construído tem contido a erosão costeira, que não avançou de forma severa como em anos anteriores a obra, mas já é possível identificar iminência de erosão e pequenos danos na nova orla do Caripi, concluindo que a praia ainda se apresenta vulnerável à erosão costeira, mas com risco baixo aos problemas associados.